Parte 4 - Eveen Berillar

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Eveen Berillar

Naquela noite, Estávamos indo para a praça onde acontecia o culto para a Deusa Héstia. fazíamos essa celebração, era lei que fizéssemos cultos e sacrifícios de animais e ervas a ela nos domingos para lembrar de sua promessa.
Combinamos que amanhã, assim que chegássemos da visita ao túmulo de nossa irmã, iríamos atrás da bruxa.

Dagna caminhava ao meu lado esquerdo, observando as outras damas em seus trajes bonitos para o culto. Ela era a mais vaidosa, sempre gostava de se arrumar e de chamar a atenção. Ela tinha os cabelos ruivos como nossa mãe e os olhos verdes, como o nosso pai. Eu era mais parecida com a nossa mãe, tinha os cabelos ruivos e os olhos azuis. Nós duas usávamos vestidos simples e modestos, a cor do vestido de dagna e azul marinho e o meu verde escuro.

__ Todos estão olhando para nós, até as crianças. __ Dagna se aproximou de mim e cochichou. Olhei ao redor, e as pessoas passavam por nós olhando com olhares de admiração e pena.

__ Eles não veem que é desagradável, ficar encarando. __ Eu disse, irritada. Eu não gostava de ser o centro das atenções.

Tropecei em um paralelepípedo com meus saltos. E Dagna riu, segurando minhas mãos para que eu não caísse.

__ Venha irmã, estamos quase chegando. __ Ela disse, sorrindo. Ela sempre tentava me animar, me fazer rir. Ela era a mais otimista das duas, sempre via o lado bom das coisas. Ela era a mais aventureira das duas, sempre buscava novas experiências. Ela era a mais carinhosa das duas, sempre me abraçava e me beijava. Ela era a minha melhor amiga, a minha única família.

Estava noite e o céu estrelado brilhava sobre a cidade. As crianças brincavam ao redor da estátua de cerâmica da Deusa Héstia no meio da praça, e a típica fogueira era a única iluminação. Ali no centro da roda, estava uma mulher de meia idade chamada Lúcia. Ela foi escolhida para organizar as rodas de culto, e aconselhar e guiar o povo durante os anos. Ela era uma mulher sábia e bondosa, que conhecia os mistérios da Deusa e os ensinamentos dos antigos. Ela era uma mulher respeitada e querida, que cuidava dos necessitados e dos doentes.

__ Algumas mulheres estavam falando que a filha de Lúcia está vindo para a cidade. __ Dagna sussurrou em meu ouvido.

__ E quem é essa filha? __ Eu perguntei, curiosa.

__ O nome dela é desconhecido, o que sabemos é que ela foi enviada à torre das sacerdotisas no Sul quando tinha idade. __ Dagna respondeu.

__ Ela foi forçada a isso? __ Eu indaguei, preocupada.

Dagna sorriu.

__ Não se sabe, falam que ela se tornou muito bela, e é muito sábia. __ Dagna disse.

Arqueei uma sobrancelha ruiva para minha irmã. Ela deu de ombros.
As meninas que tinham doze anos e sonhavam em se tornar sacerdotisas algumas sw ofereciam voluntariamente à deusa, outras eram escolhidas pela família ou forçadas a seguir a vida religiosa. Elas eram levadas para um templo sagrado, onde aprendiam e serviam sobre os costumes, a cultura, as leis e os poderes que há muito tempo não se viam nas terras de Relvânia. Mas as sacerdotisas não eram apenas servas da deusa, estudiosas da história e conselheiras dos reis. Quando completavam vinte e um anos, elas se tornavam sacerdotisas fiéis e sábias, e eram enviadas aos reinos, seja aos três reinos principais ou aos reinos além do mar. Elas cuidavam e aconselhavam o povo e os reis, e são respeitadas e reverenciadas por todos.
A última sacerdotisa de Relvânia se chamava Zilin. Mas há cinco anos, a peste mortal levou-a.

Voltamos a atenção para a conselheira.

__ Fechem os olhos e juntem as mãos para o alto como ensinado, só irei começar a oração quando estiverem em posição corretamente. __ Ela disse, com voz firme.

A filha do Fogo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora