Parte 19 - Greta Gagliardi

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O corredor estava mergulhado na escuridão, e o único som que se ouvia era o uivar do vento que entrava pelas janelas e fazia as cortinas balançarem. Apenas a luz do luar iluminava o caminho. Entrei no quarto do príncipe e vi Wolfe deitado tranquilamente na cama, vestindo uma camisa de linho. O lençol cobria apenas a parte inferior do seu corpo, deixando seu abdômen à mostra. Me aproximei dele ao lado da cama, Ele se mexeu e resmungou assim que toquei em seu rosto. Ele era belo, e eu sempre o admirava de longe. Vasculhei suas lembranças, procurando algo que me interessasse. Uma delas me chamou a atenção. Era uma cena de Eveen deitada sobre a cama de uma estalagem, e Wolfe se vestindo ao lado da cama. A mulher sorria com satisfação.

- Eu adoro esses momentos com você. - Wolfe disse com sinceridade, afivelando seu cinto da calça de couro, seu coração ainda acelerado pelo prazer.
- Não posso negar que você é o melhor amante. - Eveen respondeu, Virando-se de bruços, expondo seu traseiro para cima, e enrolando alguns fios soltos de sua trança que caia sobre seu ombro direito.
_ Meu pai não para de puxar as minhas bolas para eu encontrar uma moça decente e me casar logo. _ Wolfe soltou essa frase com um tom de desafio, como se quisesse provocar ciúmes em Eveen. Ela revirou os olhos, impaciente. _ Ele é um velho ranzinza e teve muita sorte de achar uma mulher tão maravilhosa como a sua madrasta. Já você, eu acho que não vai precisar de sorte nenhuma. _ Ela terminou com um piscar de olhos malicioso para Wolfe, que sentiu seu coração acelerar com o gesto. Ele achava Eveen linda e fascinante, e sentia por ela algo mais do que amizade.
Wolfe suspirou, e se aproximou de Eveen, erguendo-se para lhe dar um beijo. Eveen sorriu, e o olhou de baixo, com seus olhos azuis brilhando.

- Sabe, você é sexy... - ele sussurrou, Wolfe olhou para ela com uma mistura de desejo e angústia. Ele na verdade queria dizer-lhe que ela era dele, e que ele a amava. Mas o príncipe não ousara falar, pois a mulher não o via como ele desejará. Ela o tratava como um amigo, um confidente, um amante que estava sempre ali, quando ela precisava. Nada mais.

- O que foi? - ela perguntou, notando o seu silêncio.

- Nada, nada... - ele disfarçou, tentando sorrir.

- Você está estranho hoje, Wolfe. Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu só... - ele hesitou, buscando as palavras certas. - E...Você é uma pessoa incrível, e eu tenho muita sorte de te conhecer.

- Ah, Wolfe... - ela sorriu, tocando o seu braço. - Você não precisa me agradecer. Eu também sou muito grata por ter você na minha vida. Você é o meu melhor amigo, sabia?

- Eu sei... - ele murmurou, sentindo uma pontada no peito.

- Ei, vamos animar! - ela disse, puxando-o pela mão. - Você vai me beija ou não?

Wolfe estava em um sono profundo, e não sentira minha presença, Sai do quarto sem fazer nenhum barulho. Wolfe havia estado durante os dias que tomei o trono de seu pai calado e invisível, Ele tinha se livrado das cobranças do reino e do julgo de seu pai. Wolfe era uma criatura conhecida como vampiro, isso descobri em poucos meses depois de ter me casado com seu pai. Ele tinha pegado um criado e o estava sugando no jardim em um dia de tédio em que eu caminhara. O príncipe sequer viu ou sabe que eu o sabia quem ele era realmente. Sua mente revelara que sua noiva também não se importa com sua forma vampirina. Embora Wolfe também se alimente de alimentos normalmente e durma e possa sair à luz do sol, pelo caso de ser humano e meio vampiro. Para mim no inicio era um pouco assustador viver sob o mesmo teto que um vampiro.
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As paredes do subsolo do castelo fediam e teias de aranha no teto, gemidos e pedidos de ajuda ecoavam ali. A cela de tortura fedia a carne pútrida e sangue, Vicente estava pendurado pelos braços e sua cabeça caía sobre o peito. Fiz um sinal para Liam, e ele foi até o homem e deu-lhe alguns tapas no rosto, o prisioneiros resmungou palavras sem sentido, descansado agora sua cabeça sobre o braço esquerdo. Ele mantinha os olhos fechados, deixando nítido o estado de seu rosto. A pele estava amarelada e suja com a pele de seus lábios descamando. O olhei com nojo.

Vicente estava desnutrido, e fedia a urina.
Liam me lançou um olhar de pena pelo estado do homem. - Dei pão e água para ele, nada mais que isso, quero ele vivo. - O chefe da guarda fechou os olhos azuis, suspirando. Virei-me e saí daquele lugar imundo.

Senti a pedra da mente esquentar sobre meu dorso, e a toquei. Ela havia estado calada durante esse tempo em que estive com ela, daqui a cinco meses o solstício de inverno chegaria. E eu teria sobre meu governo o reino do norte, o momento de tomar o reinos do sul estaria em um futuro próximo. Pois, Os boatos dizem que apenas pessoas dignas e com coração bom e sem intenções de ameaças contra o reino Aredhel conseguem entrar. Não sabem, se é verídico essa versão. No entanto, muitos falam que os humanos que tentavam entrar para guerrear contra o povo feérico ou apenas caçar as criaturas que viviam nas terras, morriam ao tentar entrar. Não sabiam como eles morriam. Apenas desapareciam como se nunca existissem ou tivessem ido até lá. Mas, assim que descobrir como invadir As terras do sul, a tomarei para mim.

A filha do Fogo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora