Parte 21 -Aldeia dos pescadores

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Duna caminhava devagar pela estrada de areia, suas patas esmagando cada grão sob o peso de sua marcha. A floresta de pinheiros altos, com folhas que mesclavam o verde ao laranja, emoldurava nossa longa caminhada com uma beleza rústica. Já estávamos em movimento há horas, desde o primeiro alvorecer.

-Temos que ser rápidos, disse Eveen, lançando um olhar cauteloso por sobre o ombro. - Os guardas reais não vão desistir facilmente.

Dagna, sempre a pragmática, assentiu com a cabeça, seus olhos fixos no horizonte. - ficaremos nessa aldeia e depois partiremos. Dagna estava animada com a ideia de aventura, ela sempre amará ler sobre personagens que viajavam e conheciam novos mundos ou lugares.

Elas chegaram ao topo da colina, o vento acariciando o rosto bonito de Eveen. Ela conhecia bem aquele lugar, sabia exatamente para onde a colina descia. Havia estado lá, mas de cinco vezes com seu pai para comprar mariscos e peixe fresco para as celebrações de inverno.

Dagna apontou adiante e disse. - Lá está ela. Ela adorava aquele cheiro do ar fresco, para ela era o cheiro da liberdade em que agora ela tinha.

A aldeia dos pescadores se estendia abaixo de delas, a apenas duzentos metros de distância. A estrada arenosa se desdobrava suavemente colina abaixo, prometendo uma descida fácil para os cavalos.

-É linda. Eruane murmurou ao lado esquerdo de dagna admirando as casinhas simples com suas chaminés fumegantes. - Um lar construído sobre estacas de madeira, resistindo ao tempo e à maré." Respondeu dagna elevando um sorriso para o horizonte a sua frente. Um brilho de esperança em seus olhos. - Estamos seguras por um tempo. Disse, ela em seguida assobiou com os lábios para o cavalo pedindo-lhe para descer a colina.
Ela tinha estado preocupada com a irmã nós últimos dias. Eveen não falara nada e quando abria a boca para dizer algo, Elas acabavam brigando como da última vez. Ela admitia com todo a sinceridade dentro de sua mente que estava sendo injusta quando disse que a irmã era egoísta. Eveen nunca fora egoísta, não com elas. Nunca falhou em nenhum segundo ao tomar a frente da família. A Jovem sentia-se envergonhada todas as vezes que deixava sua mente lembrar daquela noite. Ela viu suas palavras entrar em sua irmã como uma lança afiada cheia de veneno. A Jovem enxergou a dor nos olhos azuis cobalto da irmã. Dagna não era corajosa o suficiente para retirar as palavras. Ela era a covarde. Ela, e mais ninguém.

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As botas de couro de Eveen batiam levemente contra o piso de madeira da cidade, umedecido o suficiente para lembrá-la de que estava sobre o Mar Negro. O balanço suave das ondas podia ser ouvido abaixo da cidade, e o vento forte era comum ali. Ela se lembrava das poucas vezes que esteve na aldeia.

Alguns comerciantes e aldeões perambulavam pela rua que dividia as casas. Eles vendiam peixes e mariscos frescos, recém-pescados do mar. Eveen não se incomodou ao ver alguns piratas vagando entre a multidão de aldeões. Ela já os havia visto antes e não sentia medo deles.

Os piratas não eram os bandidos sanguinários ou ladrões como muitos diziam. Eles não eram conhecidos daquela maneira no reino. Ela via os piratas como parte integrante da comunidade, não como uma ameaça. Eles eram apenas mais um grupo de pessoas tentando sobreviver em um mundo difícil.

Ela ouviu sons de socos e gritos vindos de um bar à sua direita. A porta se abriu e um homem alto e careca saiu, carregando outro homem mais baixo sobre os ombros, jogando-o no chão em frente ao bar. O grandalhão cuspiu no chão e disse algo inaudível para que chegasse a ela, enquanto o outro, com o rosto contra o chão, ria histericamente como se encontrasse humor na situação. Eveen olhou para sua égua, agora amarrada a um tronco em frente à estalagem onde Eruane e sua irmã haviam entrado. Ela torcia para que a estalagem não estivesse cheia quanto as outras por onde haviam passado. A jovem voltou sua atenção para o homem agora sentado no chão de madeira da cidade. Seus cabelos pretos e encaracolados caíam sobre a testa; ele vestia uma camisa de linho branca, uma jaqueta de couro preta, calças largas também pretas e botas que chegavam até abaixo dos joelhos. Sua pele era de um tom achocolatado, lembrando seu doce favorito.
Ele parecia excessivamente bêbado aos olhos dela. Ele levantou-se com um leve balanço, como se ele estivesse sentindo a sua atenção ele olhou para ela, Um sorriso discreto surgiu em seu rosto ao contemplar a beleza dela, que superava todas as outras que já havia visto. A moça, claramente uma estrangeira, destacava-se principalmente por seus cabelos da cor do pôr do sol. Ela franziu a testa para ele e desviou o olhar, fixando-se em uma égua que bebia água de um cocho de madeira em frente à estalagem, Ele cogitou a ideia de se aproximar.
Ela lançou outro olhar em sua direção e notou o hematoma em seu rosto; ele havia sido severamente espancado dentro do bar. Contudo, isso não diminuía sua beleza e charme. - A vista melhora, se você chegar mais perto!" - gritou ele do outro lado da rua. Ignorando-o, ela virou-se de costas para o rapaz insensato, fingindo para os transeuntes e para si mesma que ele estava bêbado e delirante, e que suas palavras não eram dirigidas a ela. Ela riu internamente, contendo a vergonha que brotava em seu peito.

A filha do Fogo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora