Parte 16 - Eveen Berillar

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Eveen Berillar



Eu observava Nessa encher sua taça com vinho, sem saber se ela tinha notado a minha presença ou se estava me ignorando. Seus cabelos brancos trançados longos caíam sobre suas costas, contrastando com o vestido preto que ela usava.



- Sabe - ela disse, virando-se para mim - achei que Relvãnia fosse um reino de pessoas falantes.


Revirei os olhos.


- somos humanos calmos. Respondi calmamente.



Ela riu, bebendo um gole de sua taça.



- Que ironia - disse ela, olhando ao redor - os humanos daqui recusam-se a aceitar a si próprios, não é?



Ela me olhou nos olhos profundamente, como se quisesse ler a minha alma. Eu a encarei e ergui uma sobrancelha.



- Por que vocês feéricos acham que sabem de alguma coisa? - perguntei, irritada - seu rei me abordou falando a mesma coisa.



Nessa suspirou profundamente, cedendo.



- Perdoe-me - disse ela, com um tom mais suave - Não quis ofendê-la. É que eu sinto algo diferente em você.



Eu balancei a cabeça para ela, sem acreditar em suas palavras.



- Como vocês sabem que eu não sou humana? - perguntei, seriamente, encarando Nessa.



Ela arregalou os olhos lilás para mim, surpresa.



- Você não é humana? - ela repetiu, incrédula. - pare de fingir. Falei cansada e com raiva.




Ela me olhou com uma mistura de pena.



- você é parte humana e parte feérica. Você tem o sangue dos dois povos em suas veias.



Eu fiquei sem reação. Como ela podia saber?



_ Como sabe? Indaguei cruzando os braços. Nessa bebeu o último gole de vinho colocando a taça na mesa atrás de si. _ Eu vejo o futuro, quando toquei em você mais cedo, eu vi você em forma feérica.


Balancei a cabeça. Por isso ela ficou paralisada e estranha.


_ Como? Como eu vou me tornar feérica? Perguntei curiosa. _ Não posso dizer, você vai descobrir por si mesma.


Ela olhou para algo além de mim. E depois voltou o olhar para os meus.


_ Venha para Aredhel, somos sua família, estaremos esperando por você, sempre.


Nessa se aproximou, e me abraçou. Ela tinha cheiro de campos de lavanda.


_ Talvez um dia. Respondi assim que ela me soltou do abraço.


_ Talvez em breve. Ela abriu um sorriso com seus dentes brancos para mim. Ela me deixou indo em direção do círculo de feéricos. Estava o rei Marlim, e o irmão de Nessa, uma mulher com olhos amarelos e cabelos castanhos na altura do ombro, ela usava uma calça de couro preta e um espartilho cinza em couro e uma botas que iam até o seu joelho. Eles pareciam amar couro e a cor preta. A mulher de olhos amarelos olhava para mim com o olhar desafiador. Desviei o olhar do seu.


O terceiro homem tinha cabelos longos loiro e tinha olhos esmeraldas, e seu rosto era másculo, lábios finos, ele usava um colete com mangas de couro marrom e calça de couro e botas que iam até seu joelhos. Ele era alto e bonito e sorrio em minha direção. Eles estavam indo embora.



Merlin se aproximou, com os braços atrás de si. E me analisou.


_ Foi um prazer conhecê-la, Senhorita Berillar. Merlin disse me cumprimentando com um leve abaixar de cabeça. Os reis nunca faziam esse tipo de comprimento. Me senti honrada por isso.

A filha do Fogo - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora