Greta Bonatt
Há neve está derretendo e as flores brotando. Era uma cena bonita, mas que não combinava com a minha realidade. Desde que o dia que conheci Luthier, papai parou de me bater. Eu agradecia à deusa por isso, pois as minhas costas ainda doíam da última surra.
trabalhava no bar do papai, servindo as mesas cheias de homens bêbados e mulheres que se vendiam por algumas moedas. O papai não se importava com elas, desde que ele também pudesse se divertir com algumas. Eu sentia nojo de ver aqueles homens velhos e nojentos tocando nas mulheres, que às vezes eram mais jovens do que eu. Eu tinha dezessete anos, mas me sentia muito mais velha.
Quando terminei de servir as mesas, fui para a cozinha do bar, que estava uma bagunça. Havia louças e copos sujos por toda parte. Desde a semana passada, por causa dos meus ferimentos, papai teve pena de me colocar para trabalhar. Ele sabia que um trabalhador ferido não faz um serviço excelente, comecei a lavar e secar os copos de cerveja, colocando-os em uma bacia para levar de volta ao bar. Era um trabalho cansativo e sem graça, mas era minha obrigação.
Eu estava segurando uma bandeja com copos de cerveja, entrando no bar, quando vi uma moça loira de olhos verdes sentada no balcão. Ela usava um vestido verde e um colete preto de couro de cobra. Ela me olhou de cima a baixo, com um sorriso malicioso nos lábios. Eu ergui as sobrancelhas para ela, e ela revirou os olhos para mim. Ela parecia ser mas jovem que eu, e era muito bonita.
- Que bebida você me recomenda? - ela perguntou, apoiando o rosto na mão direita sobre o balcão.
- Cerveja preta. - respondi, colocando a bandeja embaixo do armário de copos na parede.
- Ela é muito forte? - ela quis saber, me encarando com curiosidade.
- Eu achei que bebidas fossem para ser fortes. - eu disse, com um sorriso irônico nos lábios. Ela revirou os olhos de novo, mas eu percebi que ela estava interessada em mim.
_ Você não parece ter idade para trabalhar em um bar. - ela disse, me analisando de cima a baixo. Eu terminei de guardar os copos no armário de madeira, alinhando-os em fileiras.
_ E você não parece ter idade o suficiente para ficar se engraçando com homens bêbados em um bar. - eu retruquei, com um tom de desprezo, sem encarar seus olhos.
_ Pelo menos eu posso fazer o que eu quero, agora você eu não tenho certeza. Disse ela, batendo as unhas na madeira do balcão.
_ Você não deve ter nada para fazer, e veio irritar uma pobre moça que está trabalhando. Falei, limpando as mãos no avental. Ela deu de ombros.
_ cerveja preta, serve. Ela disse, roendo uma das unhas da sua mão esquerda.
Eu peguei um copo e abria a torneira de um baú que armazenava a cerveja, e o liquido preto e espumante encheu o copo de vidro. Coloquei na frente dela e esperei que ela me pagasse. Ela me olhou com um sorriso malicioso e pegou a cerveja.
_ Você sabe que eu não tenho dinheiro, querida. Ela disse, levando o copo aos lábios.
_ Então como você vai pagar? Eu perguntei, cruzando os braços.
_ Você sabe como. Ela disse, e eu fechei a cara.
_ Eu não recebo esses tipos de pagamento. Disse, encarando a mulher seriamente.
_ Que pena, pelo que sei, seu pai aceita. Ela sorrio, colocando o copo sobre o balcão.
_ Eu odeio esse trabalho. Solto um grunhido pelos lábios enquanto sirvo um cliente bêbado.
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A filha do Fogo - Livro 1
FantasyEveen Berillar é uma jovem de vinte anos que sonha com uma vida pacífica e feliz para ela e suas irmãs. Ela trabalha como acompanhante da rainha de Relvânia, e considera a monarca uma amiga leal. Porém, quando o rei morre e a rainha assume o trono...