Cap. 45: Brincar com fogo

19 1 0
                                    

Insano, por dentro, o perigo me deixa louco
Não consigo evitar, tenho segredos que não posso dizer
Eu amo o cheiro da gasolina
Eu acendo o fósforo para saborear o calor...

•••

- Santa Maria, sua irmã Janete ligou, disse que o carro sairá às 17h, e todos vão se reunir na casa de seu pai! Richard entrava no quarto onde sua agora esposa descansava.
- Oxente, não vejo a hora de pisar na areia daquela praia visse! Santinha sentou-se na cama encarando seu agora marido.
- É very beautiful, aquela praia mesmo... foi uma ótima escolha de Armon! Comentou Richard se sentando ao lado dela.
- Só faltam mais dois dias para terminar esse ano, mais um ano que se vai meu amor!
- É sim Santa Maria, e nós temos muito a agradecer visse!
- Temos sim meu amor... principalmente o fato de Altiva ter sumido do mapa!
- Olhe que eu nem gosto de ouvir esse nome visse, me dá calafrios!

- O que vosmices estão fazendo deitados? Não veem que só tem mais duas horas para fazer as malas, se aviem visse, que eu não vou fazer a mala de ninguém, não... Né Artemio... não vamos não! Florência entrou brava no quarto com Artemio nos braços e arrancou uma gargalhada de Santa Maria.

Já faziam duas semanas que o mais belo casamento duplo do ano havia acontecido. Uma linda porém reservada festa foi dada na mansão de Otávio Montana onde suas duas filhas Santa Maria e Hélia se casaram. Nenhum dos planos foi mudado após a morte de San Marino, e agora toda a família se preparava para o ano novo, Armon havia alugado uma casa a beira mar para que eles pudessem se reunir e agora todos se preparavam para a viagem até Angra dos Reis.

- Helia meu amor... Janete ligou, ela disse que o carro alugado sairá às 17h, da mansão de Otávio! JP carregava uma de suas filhas no braço enquanto caminhava na direção da esposa que mais uma vez tentava fazer o lanche. - Veja filhinha, sua mãe está tentando colocar fogo na cozinha outra vez! Ele ria vendo o olhar furioso de Helia em sua direção.
- Eu devia colocar fogo em você! Ela ergueu uma das sobrancelhas fingindo pensar.
- Você não teria coragem, não viveria sem mim! Ele entrou na brincadeira e riu ladeado.
- Não me tente senhor meu marido! Helia se aproximou passando a mão em torno da cintura de seu esposo.
- Assim que as meninas dormirem, vou te mostrar onde poderemos atear fogo! JP roubou um selinho dela.
- Esperarei ansiosa! Os olhos de Helia brilharam de desejo, mas o resmungo de sua filha nos braços do pai a trouxe de volta a realidade. - O que essa mocinha ciumenta está resmungando hein! Ela pegou a filha dos braços de JP. - Você tem muito ciúme desse papai não é, não é meu amor! Ela abraçava a filha. - Mas me diga amor, você já fez a mala das nossas pequenas?
- Sim, é claro minha diva!
- Mas quanta eficiência! Helia riu alto. - E fez tudo sozinho?
- Claro que sim minha querida! Ele pigarreou nervoso.
- Certo... creio que sua sogra não tenha tido tempo de lhe ajudar não é!? Helia ria ainda mais.
- Eu confesso, sua mãe fez tudo! JP admitiu levantando os braços para cima em sinal de rendição.
- Eu já sabia! A risada de Helia soava ainda mais alto pela cozinha. - Ela me disse antes de ir!
- Pois se eu fosse você pararia de rir de seu esposo e prestaria atenção no leite que acaba de transbordar no fogão! Agora era JP quem ria enquanto pegava a filha de volta nos braços e via sua esposa correr para desligar o fogo. - É minha pequena, uma dia mamãe põe fogo em nossa casa! AI!!! Helia lhe jogara o pano de prato.

Todos estavam felizes, havia sido um ano difícil, mas logo tudo acabaria e um novo ano chegaria lhes trazendo um maravilhoso recomeço.

- MAMÃE!!! O grito de Janete assustou dona Judite.
- Mas o que foi minha filha? Ela correu no quarto de Janete.
- Eu não acho... não acho! Janete andava de um lado para o outro pelo quarto.
- Não acha o que menina?
- O sapatinho, o sapatinho que vou dar a Armon na hora de falar da gravidez!
- Hora, está na sua mala já minha filha... coloquei lá antes que Armon pudesse voltar e ver! Judite era a única que sabia sobre a gravidez de Janete.
- Aí mamãe, estou tão nervosa!
- Estou vendo, estou vendo!

Paralelas do Destino - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora