Cap. 47: Never Ending Story

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Nem sempre chegar ao final da jornada é fácil. Às vezes, e essas serão muitas, as pedras no caminho irão lhe atrapalhar o caminhar.

As irmãs Montana tiveram muitos tropeços ao longo de suas vidas, caíram por diversas vezes e as feridas foram inevitáveis. Mas elas superaram, alcançaram o tão sonhado final, galgaram o pódio da coroação dada pela vida e agora apenas tinham que colher os frutos dessa vitória pessoal.

Elas que cresceram separadas mas ao mesmo tempo ligadas por laços de sangue que ninguém consegue explicar, laços esses que inúmeras vezas às mantiveram firmes e as levaram à vencer. Agora estavam juntas, unidas para sempre.

Se recaptularmos a trajetória delas, nos daremos conta de que de uma forma ou de outra elas sempre estiveram ligadas. Longas foram as noites das irmãs nos últimos meses onde aproveitando da paz que agora tinham passavam horas e horas recapitulando suas vidas, e creiam muitas foram as descobertas feitas nesses intermináveis papos entre as irmãs.

Helia e Santinha por um período de tempo estiveram juntas no mesmo continente, tendo em vista que a bailarina morava na Espanha e Santinha viveu na França parte de sua juventude, elas não sabiam mas numa de suas turnês, Helia esteve bem próxima ao internato onde Santinha estava. A brasileirinha de sotaque francês que não sabia dançar e cá entre nós ainda não sabe até hoje, nunca se esqueceu do som que vinha daquele palco montado a poucos metros do internato, ela era apaixonada pelos clássicos e ouviu de longe toda a apresentação naquela noite, sem saber que quem dançava ao som daquela orquestra era sua irmã mais velha.

A dança... ah a dança que ligava Janete e Helia desde pequenas, tanto que mesmo a quilômetros de distância em continentes diferentes, as duas irmãs escolheram a dança como profissão.

Havia algo que ligava, as três... Algo inexplicável e capaz de durar uma vida. Eram irmãs, nascidas da mesma mãe e do mesmo pai, unidas por um elo de sangue que nada foi capaz de separar.

Quantas vezes Janete acordou à noite chorando quando sonhava com uma de suas irmãs. Ela tinha plena certeza que elas estavam em perigo e não deixava ninguém em casa dormir enquanto não fizesse uma prece pelas duas.
E nem preciso falar do dia em que Janete foi pega por San Marino e que Helia sentiu toda a sua angústia, assim como Santinha. Ou até quando Santa Maria adoeceu e Helia sabia que precisava voltar ao Brasil pois uma de suas irmãs precisava dela.

Uma ligação maior do que qualquer filosofia possa explicar.

Essa ligação foi o que as manteve vivas, lutando...
O destino tinha mais para elas, ele as queria juntas e para sempre uma ao lado da outra, como estavam agora.

...

- Já faz mais de uma hora! Helia andava de um lado para o outro naquela fria recepção.
- Calma minha diva você vai furar o chão de tanto andar de um lado para o outro! Falou Fidélio tentando acalmar sua amiga.
- Você não me torre a paciência Fidélio, sumiu por praticamente um ano, voltou casado e ainda quer dar pitaco no meu nervosismo! Helia bufou ao terminar de falar se sentando ao lado de JP numa cadeira.
- Eu já pedi desculpas Helia Pimenta! Fidélio também bufou exasperado, aquela discussão já se perdurava por mais de um mês.
- Desculpas não mudam o fato de você se casar e nem me convidar e chegar aqui com essa cara de santo com um ursinho nas mãos para dar de presente para as suas sobrinhas... "um ursinho" (ela enfatizou bem essa parte) ... minha vontade foi te fazer engolir ele! Ela revirou os olhos e arrancou uma risada de JP. - E você está rindo de quê? Ela o fuzilou com os olhos verdes faiscando.
- Ei, não venha se voltar contra mim... lembre-se quem casou sem avisar foi ele! JP ergueu as mãos em rendição e apontou para Fidélio.
- Muy amigo você hein senhor JP! Revirou os olhos também.

Paralelas do Destino - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora