Paralelas do Destino - Finalizada

Cap. 38: O princípio do fim

MEDO

"Cada suspiro que você der
E cada movimento que você fizer
Cada laço que você quebrar
Cada passo que você der
Eu estarei te observando..."

O frio na espinha subiu fazendo gelar o sangue nas veias de Janete, seu algoz havia cumprido o prometido, e agora sua mãe estava em perigo.
Todos seguiram a Doutora Maristela, apreensivos do que viria a seguir.
Onde San Marino estava? Teria ele machucado Eva e Dona Judite? Seria ele também culpado pelo sequestro de Artemio e Florência? E quem havia tentado matar JP e Otávio?

- Chico! Julia chamou o rapaz e o puxou para ficarem mais afastados do grupo. - Eu tenho uma suspeita sobre quem está por trás do atentado contra Otávio e JP!
- Mas só pode ter sido San Marino! Comentou o rapaz.
- Ele pode até ter sido o mandante, mas lembra do atentado a clínica, a mulher que caçou Otávio e ainda tentou matar JP dentro da minha sala?
- Você acha que aquela mulher tem alguma coisa haver com tudo isso?
- Acho sim, e confesso a você que estou com medo. Aquela mulher não estava apenas atrás deles, mas também de mim!
- Não se preocupe, eu estou aqui, nada vai te acontecer. Eu prometo! Chico abraçou Julia a segurando com força, ele seria capaz de dar a vida para proteger seu grande amor.

Após o breve diálogo os dois se juntaram ao grupo na sala de conferência. O medo estava estampado no rosto de cada um, ali todos sabiam muito bem do que San Marino era capaz e não tinham noção de quem mais estava ao lado dele, quantos como Átila o estavam ajudando, em quem poderiam confiar.

- Madre, Madre... uma mulher! Uma mulher Madre, tem uma mulher ferida na capela!
- Como assim? Uma mulher ferida?
- Sim Madre. Uma senhora ... venha por favor!
- Mande chamar o doutor Ru... não, ligue para a clínica veja se alguém pode vir nos ajudar! Madre Teresa ainda não tinha assimilado que agora aquele médico que tanto lhes ajudou era também um procurado da justiça.

Aliás doutor Ruy estava metido até as tampas com tudo que estava acontecendo, fora enredado na teia de artimanhas daquele grupo e caira de gaiato nas garras de ninguém menos que Maria Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque.

A Madre Teresa correu até a capela enquanto a freira foi à secretaria ligar para a clínica.
Qual foi a surpresa da Madre ao adentrar a capela e se deparar com Florência sendo amparada por algumas das outras freiras. Havia um corte no supercílio direito, e ela parecia desorientada.

- Santa mãe de Deus! A Madre levou as mãos a boca. - O que te fizeram dona Florência?
- Foi Altiva ... foi ela ... Madre! Disse a cozinheira ainda com a voz falhada por conta da falta de ar. - Ela apareceu na escola de dança, ela levou Artemio, estava junto daquele doutorzinho que mentiu para Santinha... foi ele Madre, ele que me deixou aqui!

Madre Teresa não poderia descrever a dor que sentiu ao ouvir que aquele médico que tanto a ajudará tinha cometido tal atrocidade.

- Eu já mandei chamar alguém da clínica, venha vamos levar a senhora até um dos quartos!

O coração da Madre que já estava aflito ficou ainda pior, era medo, medo do que estava por vir. Aquela tempestade sobre a cidade pelo jeito era presságio de muita coisa ruim, e dessa vez não seriam os alagamentos que mudariam o rumo dessa história que envolvia as três irmãs.
Enquanto a Madre acompanhava Florência, se recordava da conversa que tivera com Santinha, do medo que a jovem sentia de morrer e deixar seu filho e agora imaginava a dor e o desespero que ela estava sentindo por ter seu filho tirado de seus braços.

Enquanto esperava por algum médico, a Madre sentou-se junto de Florência e essa lhe relatou tin tin por tin tin como a cobra peçonhenta de Altiva conseguira levar Artemio.