Paralelas do Destino - Finalizada

Cap. 36: De volta ao princípio - Parte I

"O destino é um jogo e a vida requer destreza para se tornar um bom jogador."

Três irmãs separadas por uma tragédia, seguem vidas distintas, até que um acaso do destino as uni novamente e elas terão que juntas lutar por suas vidas.

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CHEGARA A HORA DE LUTAR!

Madre Teresa estava angustiada, a dias que se sentia assim. Algo a incomodava desde que Santa Maria havia voltado ao convento para conversar com ela.

Três semanas antes enquanto fazia suas orações na capela, Madre Teresa foi interrompida pela jovem de sorriso fácil e sotaque engraçado. Santinha havia ido se confessar.
Claro que a Madre lhe dissera que uma confissão só poderia ser feita para um padre ordenado e responsável pela paróquia numa igreja convencional. Porém a jovem não queria, precisava se abrir e a única em quem confiava naquele momento era a Madre.

Santinha estava com medo. Iniciará seu tratamento e algo parecia não ir bem. Tinha medo de morrer e deixar seu pequeno Artemio sozinho, sabia que Richard desabaria e queria que a Madre estivesse por perto, por seu filho, assim como estivera por ela quando chegara ali a vinte anos, quando era apenas um bebê. Passaram horas conversando e após a saída da jovem a Madre superiora se sentiu angustiada com tudo que havia escutado.

Santinha lhe contara da mãe, lhe falara do pai e da volta repentina de Altiva, da tentativa de sequestro e de sua quase morte quando Artemio nasceu. Falou das irmãs e dos seus perseguidores. Falou até mesmo de Ruy que quase matara Julia.

Tudo aquilo deixou a Madre preocupada, como se uma nuvem negra surgisse no céu cobrindo a cidade de escuridão e frio.

"O destino é como retas paralelas, pois, embora você se mantenha afastado de alguém, no final 'infinito' as retas sempre se cruzam."

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A BAILARINA

- Minha diva, estou assaz animado com sua volta aos palcos! Dizia Fidélio ao ver Helia se preparando para uma apresentação.
- Que exagero Fidélio! Ria gostosamente Hélia. - É apenas uma apresentação na escola de dança da minha irmã!
- Ainda assim é o retorno da diva aos palcos!
- Estou longe de ser uma diva nesse momento! Ela riu apontando para a barriguinha um tanto quanto aparente já nos seus quatro meses de gestação.
- Uma vez diva, sempre diva. E agora uma diva com duas pequenas futuras estrelas em seu ventre! Fidélio fazia pompa numa reverência diante dela.
- Você e JP cismaram que são duas meninas!
- Não é sisma, é certeza! Dizia alegre o padrinho de um dos bebês!
- Pois eu continuo achando que serão dois meninos. Já temos mulheres demais na família!
- E que família hein! Gargalhou Fidélio. - Nunca vi uma família tão peculiar quanto a que minha afilhadinha irá nascer!
- Após tantos anos sozinha, nunca pensei que teria uma família! Helia sentou-se na beira da cama para calçar as sapatilhas.
- Teu pai nunca mais deu notícias?
- Sumiu Fidélio, como fumaça em fogueira apagada!
- Bom, mas a vida lhe trouxe de volta seu pai de verdade, isso é bom não é?!
- Sim meu amigo, muito bom. Mas queria que meu pai adotivo também estivesse aqui, afinal fomos uma família até a morte de mamãe e meu casamento com Otto!
- E falando no diabo... nunca mais teve notícias dele?
- Graças a Deus não, mas sinto ainda certa angústia todas as vezes que penso nele!
- Tomara que este nunca mais apareça!
- É, tomara meu amigo! Mas chega de conversa que minha irmã está a me esperar, hoje se encerra uma das turmas da aula principal dela, farei uma breve apresentação na formatura!
- E você pensa em seguir dando aula?
- Mas é claro, eu e Janete já temos planos de expandir a escola. Só estamos esperando o tratamento de Santa Maria terminar, ela será nossa relações públicas e mamãe ajudará na administração, a família unida e trabalhando junta!
- Quero ver você dando aula com esse barrigão! Riu Fidélio vendo a dificuldade que Helia já estava em levantar da cama por conta da barriga.
- Pare de rir e me ajude! Ela estendeu a mão. - Se continuar rindo tiro você do posto de padrinho de um dos bebês!
- Mas quanta maldade nesse coraçãozinho minha diva!