Cap. 7: Santa Maria, minha Santa Maria...

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Santinha entrou na casa da irmã.
Irmã, sim era sua irmã. Não como Altiva que a pouco descobrira que nem mesmo era sua irmã de sangue. Santinha entrava na casa de sua irmã de verdade e aquilo estava lhe enchendo de paz e alegria.
Janete era toda sorrisos enquanto puxava pela mão sua irmã mais nova a levando até seu quarto. Assim que Janete soube da irmã, logo decidiu que ela ficaria com ela e sua mãe, então tratou de antes de ir ao convento organizar todo o quarto que fora de Chico para que a irmã ficasse acomodada ali.

Santinha não cabia em si de tanta felicidade, sentia o coração em paz, e seu sorriso nunca fora tão grande quanto agora recebendo mais um abraço da irmã enquanto entrava em seu novo lar.

Armon seguia as mulheres carregando as coisas que Dona Judite havia levado, no fim acabaram trazendo tudo de volta.

Dona Judite olhava aquela cena e apenas sorria, para ela, ver sua Janete feliz daquele jeito era uma benção.
Logo Santinha foi acomodada no quarto e Janete começou a tagarelar sem parar sobre como arrumaria tudo para a chegada do seu sobrinho ou sobrinha, estava eufórica com a notícia de que seria tia. Falava e falava sem parar e não notou que Santa Maria havia de repente se calado e apenas fitava o nada com certa tristeza no olhar. Um tempo depois se deu conta do silêncio da irmã e sentando-se ao seu lado segurou sua mão.

- O que foi minha querida? Porque essa carinha tão triste? Ela perguntou.
- Não é nada não visse! Santinha desconversou.
- Santinha, sei que você me conheceu só agora, mas saiba que estou aqui se você precisar, somos irmãs, eu sempre estarei aqui pra você! Janete segurou o rosto da mais nova com a mão lhe fazendo um afago.

Uma lágrima solitária desceu pelo rosto de Santinha e ela abraçou sua irmã num impulso.

- Eu estou com medo, como vai ser pra eu criar essa criança, eu não tenho nada, não sei fazer nada, passei a maior parte da vida em um colégio interno, o que vai ser de mim e dessa criança, que ainda vai crescer sem o pai! Mon Dieu! Santa Maria desabou naquela hora abraçada a sua irmã.
- Ei!!! Janete levantou o rosto da mais nova enxugando com o polegar as suas lágrimas. - Quem disse que você está sozinha, hein? Nós estamos aqui, eu, mamãe, Armon e tenho certeza que Chico vai ficar felicíssimo quando souber que será tio e sem falar que a Madre Teresa jamais deixaria de te ajudar também, você agora tem uma família Santa Maria e uma família que vai estar aqui com você em cada momento que precisar!
- Oxente que eu não poderia ficar mais feliz na minha vida todinha! Santinha esboçou um pequeno sorriso ao ouvir as palavras de Janete.
- E quanto ao pai do bebê, creio que você precisa falar com ele, precisa escrever ou ligar para ele e contar da sua gravidez, minha irmã ele tem direito de saber que será pai, principalmente porque sinceramente, eu não acreditei muito nessa história de ele ter dormido com sua irmã lá de Greenville não! Janete era esperta, assim que Santa Maria lhe contou sobre sua história percebeu que havia algo de muito errado na separação dela e de seu grande amor.
- Eu nem sei como contar isso a Richard, depois de tudo que eu fiz nas últimas semanas, bem capaz de ele nem acreditar que esse filho é dele! Santinha dizia isso com certa tristeza, ela amava Richard, ele tinha sido seu primeiro amor, o primeiro homem, o primeiro em tudo. Mas depois que saiu de Greenville, ela havia feito muitas coisas erradas, coisas que agora ela se arrependia amargamente e que não saberia dizer se Richard entenderia.
- Independente do que ele disser ou fizer eu estarei com você, mas essa criança também é parte dele, você precisa lhe contar! Janete sabia que seria difícil, mas a irmã precisava contar ao pai sobre a criança, para o bem dela e do bebê que merecia a chance de ter uma família. - Agora descanse minha irmãzinha, qualquer coisa estou na cozinha com mamãe preparando o jantar! Ela beijou a testa de Santinha e saiu deixando a mais nova ali perdida em seus pensamentos.

Enquanto isso no Convento, Madre Teresa recebe uma visita inesperada.
- Boa tarde Madre, vim ver minha paciente! Cumprimentou-a o Doutor Ruy.
- Boa tarde doutor que surpresa vê-lo aqui novamente! A Madre o saudou com um sorriso ladeado. - Mas sinto lhe informar que sua paciente não se encontra mais aqui!
- Como assim? Ela foi embora? Mas para onde? O médico não conseguiu esconder sua frustração ao ouvir aquela notícia.
- Calma doutor! A Madre deu uma risada larga. - Ela foi para a casa da irmã, a Janete filha de Dona Judite!
- Ah sim, então ela encontrou a irmã, fico contente por isso, eu irei até lá amanhã então!
Madre Teresa apenas balançou a cabeça em negação vendo a empolgação do médico por Santa Maria.
- Posso lhe dar um conselho filho? A Madre lhe falou serena olhando bem em seus olhos.
- Claro Madre!
- Tome cuidado com essa aproximação com a jovem Santa Maria, pois ela tem um alguém, e apesar da história conturbada dos dois, eu vi o amor que ela ainda nutre pelo pai daquele bebê e se ele aparecer... meu filho... quem vai sair ferido creia no que lhe digo, será você!

Paralelas do Destino - FinalizadaOnde histórias criam vida. Descubra agora