Paralelas do Destino - Finalizada

Cap. 12: Destino?

Enfim Janete estava em casa, após todas aquelas horas de angústia e procura, a paz reinava na casa da família Mota.

Paz essa que não durou muito tempo.

Um telefonema deixou todos apreensivos, Antônio San Marino, não se sabia como, havia fugido. A apreensão voltou, sabiam que enquanto ele estivesse solto, Janete estaria correndo perigo.

Mas isso não abalou a família, não... a família Mota sempre superava tudo. Fora assim uma vida inteira. Unidos eles enfrentavam tudo de frente e venciam qualquer batalha imposta pelo destino.

Destino, é engraçado falar sobre destino, um poder superior a vontade do homem, uma sucessão de fatos que constituem a vida de alguém e que se crê serem independentes da sua vontade. Uma palavra masculina que usamos para definir algo que não podemos controlar, que independente do que façamos vai acontecer.

E esse tal destino, foi o que fez Dona Judite cruzar o caminho de Janete, e torna-la sua filha, foi o que fez Armon dividir seu sanduíche amassado com Janete e se apaixonar por ela, foi o que fez ele cruzar com Santinha na frente do convento e levar a jovem até a Madre, e que fez a partir daí Janete reencontrar sua irmã. Destino foi o que fez Santa Maria brigar com Richard e descobrir a verdade sobre sua origem, foi o que fez ela buscar por respostas e hoje estar diante de sua irmã contando que seria mãe de um lindo menino... sim o destino, puro e simples. Esse destino que cruza caminhos, desata nós, muda histórias e nos deixa a mercê do acaso.

O destino que em breve levaria de volta a terras brasileiras uma certa bailarina e um benemérito das artes apaixonado, mas angustiado, justamente por causa desse tal destino.

Ah, destino... Esse destino que alguns dias depois de toda aquela loucura passada com Janete, iria mais uma vez impor sua vontade e aproximar Dona Judite de Aristides, o mordomo que ajudou Janete a fugir das mãos de San Marino.
O que o destino queria unindo esses dois velhos corações? Qual o propósito de trazer de volta a vida de Janete aquele simples mordomo? Quem era realmente aquele homem? Perguntas que logo teriam suas respostas e surpeenderiam muitas pessoas.

...

Depois de acompanhar o investigador Serafim Dantas e o segurança Bernardo até a casa onde Gonçala estava presa e prestar seu depoimento na delegacia, Aristides Nunes seguiu para sua casa e pela primeira vez em anos pôde respirar aliviado. Claro que o fato de ajudar Janete não iria apagar os anos em que se manteve calado sendo testemunha das atrocidades cometidas pelo seu patrão, seu egoísmo em buscar pelo paradeiro de sua filha ainda iria lhe acompanhar por toda uma vida, mas enfim, saber que San Marino agora seria responsabilizado por todo o mal que fizera, deixava o ex mordomo mais aliviado.

Alívio esse que não durou muito para ele também, já que o mesmo telefonema que a família de Janete recebeu, ele recebeu.
Sim, Antônio San Marino havia fugido. E assim como Janete e sua família, Aristides, Bernardo e Gonçala teriam que conviver com o medo do magnata vir atrás deles para se vingar.
Porém Aristides resolveu deixar isso para ser pensado no dia seguinte, naquele momento só o que ele queria era deitar e esquecer um pouco tudo que havia acontecido e dormir.

E assim ele o fez. Dormiu um sono profundo e sem pesadelos pela primeira vez desde que começará a trabalhar para San Marino.

...

Alguns dias se passaram até que o ex mordomo procurou pelo recém restituído a corporação policial, investigador Serafim Dantas, para saber notícias sobre a jovem que ajudará naquela noite. Aristides não conseguia tirar a jovem da cabeça, primeiro por estar preocupado pela fuga de San Marino. Sabendo do que era capaz seu antigo patrão, ele sabia que Janete ainda corria perigo. Mas outra coisa não o deixava esquecer a jovem impetuosa e forte, de cabelos avermelhados. Os olhos, aqueles verdes e marcantes, olhos de esmeralda que tanto lembravam sua finada esposa.