CAPÍTULO 8

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《 Emílio Soares 》

-- Ele fez uma proposta pra mim, e essa proposta era para satisfazer ele por um ano, se não ele conta para a polícia.

-- Você não pode deixar ele fazer isso com você!

-- Então vou fazer o que? Esqueceu que eu roubei a casa dele, a policia ou qualquer outra pessoa vai dar razão a ele e não a mim.

-- Você está certo, mas temos que fazer alguma coisa para tirar você dessa, ou você quer satisfazer ele por um ano?

-- Claro que não quero, mas estou grato por ele ter pago a cirurgia da minha mãe. Ele pagou mesmo eu tendo roubado a casa dele.

-- É,  nessa parte ele foi muito generoso contigo, mas você já pensou que ele fez isso tudo para você aceitar a proposta dele?

-- Pode até ser, mas não acho que ele fez isso por esse motivo.

-- Tá defendendo ele é hmm , se não te conhecesse  diria que você está se apaixonando por esse tal mascarado. | Diz ele zoando com minha cara.

-- Vai se catar Sérgio. | Digo e ele rir.

Paro de conversa fiada e vou para meu batido, ainda preciso de dinheiro para colocar comida dentro de casa.

Desde ontem que nem vi meu pai, ele não dormiu em casa, deve está drogado em algum canto da cidade.

No fim da tarde tinha conseguido vender toda as balas que trouxe, faturei 75 reais, esse dinheiro é muito importante para comprar comida.

Volto para casa exausto, tinha caminhado muito no sol quente ainda mais, de branco estou vermelho, chegando em casa encontro meu  pai no sofá deitado como estivesse morto, olho para a escada e meu irmão está sentado nela e vou até ele.

-- Quem trouxe?

-- O dono do morro, ele disse que nosso pai estava pertubando lá na boca pedindo droga fiado, então eles deram um soco nele que nosso pai desmaiou e trouxeram ele pra casa.

-- Nossa...

-- O dono do morro disse que queria conversar com você.

-- O que será que ele quer?

-- Não sei.

Subo para meu quarto e me deito, como estava suado vou ao banheiro tomar um banho e volto para cama. Só queria dormir e não acordar nunca mais, porque tudo tem que acontecer comigo.

Acordo do cochilo quando alguém sobe na minha cama, olho e vejo que é meu irmão,  volto a fechar meus olhos , mas ainda percebo seu olhar em mim, quando ele fica assim é porque está querendo alguma coisa.

-- Emílio...

-- Oi.

-- Posso te pedir uma coisa?

-- Pode, mas dependendo do preço não vou poder te dar.

-- É que minha turma vai fazer uma viagem e quero muito ir.

-- É pra onde?

-- Maceió-AL

-- É muito longe, com certeza vai ser caro, você sabe quanto vai ser?

-- 2000 reais | Quando ele fala o preço eu arregalo os olhos, é muito caro.

--  É muito caro isso irmão,  não sei se vou conseguir esse dinheiro todo, consigo nem 100 reais no dia, e você sabe que tem que comprar comida né?

-- Entendo sim, desculpa te incomodar, pode voltar a dormir. | Diz ele saindo do quarto todo tristonho,  não consigo

No dia seguinte acordei mais cedo ainda para vender mais balas do que o costume,  não gosto de ver meu irmãozinho daquele jeito.

O trânsito estava muito congestionado, o que me ajuda um pouco que eu venda muitas balas.

Mas sou interrompido com uma ligação,  quando vou olhar era número desconhecido , a princípio não ia atender, mas pode ter acontecido alguma coisa lá em casa e ligaram para me avisar, então decido atender.

-- Alô!

-- Por que não veio ontem? | Reconheci essa voz, era do mascarado, mas preciso ter certeza.

-- Mascarado?

-- sim, responda minha pergunta.

-- Não posso está ai todo dia, preciso trabalhar pra conseguir dinheiro, eu tenho que comer viu mascarado, e também tem uma viagem que meu irmão vai ter que tenho que conseguir o dinheiro.

-- Você não precisa trabalhar, quero você aqui comigo todo dia, eu pago essa viagem do seu irmão e comida não vai faltar nem pra você e nem pra sua familia.

-- Não posso aceitar...

-- Claro que pode, venha pra minha casa para conversar.

-- Pode ser mais tarde, falta muita bala pra vender.

-- Agora.

CONTINUA...

A Proposta do MascaradoOnde histórias criam vida. Descubra agora