IX

18 3 0
                                    

Matteo

A babá da senhorita Emanuelle Hudson estava chorando rios quando cheguei para trabalhar e ainda não eram nem oito horas da manhã, mas eu não poderia julgá-la, cá entre nós, a jovem senhorita Hudson não era bem um doce de criança.

- O que houve? - perguntei a Matilda.

- Emanuelle encontrou três sapos, os colocou na cama e se escondeu atrás do baú para vê-la se assustar. O grito da pobrezinha ecoou pela mansão inteira. - Ela suspirou enquanto encarava a mulher chorosa no canto da cozinha. - E lá se vai outra babá.

- É uma pena. - Joseph comentou atrás de nós. - E que Deus tenha piedade da próxima.

Lorde e lady Hudson têm quatro filhos, Emanuelle é a caçula e, em seus recém completados seis anos de vida, já conseguiu fazer mais babás pedirem demissão do que seus três irmãos mais velhos em toda sua infância.

- O jantar está de pé, não é querido? - Matilda me perguntou quando deixamos a agitação da cozinha para ir cumprir com nossos afazeres.

- Está sim.

- Maravilha! Estou empolgada para de fato conhecer a sua esposa.

Gostaria de dizer a ela que Eveline estava tão animada quanto, mas quando lhe disse que iríamos jantar todos juntos, sua expressão de choque deu a entender que não era exatamente uma coisa boa para ela.

- Tenho certeza que vocês irão gostar bastante uma da outra. - Dei-lhe um sorriso amarelo, rezando para dar tudo certo.

Nos separamos quando Matilda seguiu para a sala de bordado da lady Hudson e eu fui ao gabinete do lorde.

O dia seguiu sem mais eventos importantes, então, às oito da noite, Eveline e eu estávamos parados à porta da casa de Joseph e Matilda

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O dia seguiu sem mais eventos importantes, então, às oito da noite, Eveline e eu estávamos parados à porta da casa de Joseph e Matilda.

Nosso anfitrião nos recebeu com sorrisos e convidou-nos para entrar. Matilda, por outro lado, fez questão de dar um abraço em cada um e saiu arrastando Eveline com ela assim que pôde.

- E então, como vai a vida de casado? - Joseph indicou o sofá para que eu me sentasse e sentou na poltrona próxima a ele.

Estávamos casados há pouco mais de uma semana e não havia tanto assunto entre nós, já que mal nos conhecíamos, às vezes era desconcertante ter que fingir naturalidade para coisas que eram completamente desconhecidas, como se estivéssemos pisando em ovos o tempo inteiro.

- Bem, eu acho.

- Isso não é uma resposta muito confiante, na minha opinião. - ele ponderou por alguns instantes. - As coisas estão indo mal?

- Não, nós estamos bem. Para falar a verdade, apesar das circunstâncias, temos uma relação amigável, só é estranho.

Joseph assentiu devagar, como se entendesse a minha explicação parte por parte, ele estava prestes a falar algo quando um choro ecoou pela casa.

A Bailarina de NeveOnde histórias criam vida. Descubra agora