Dizem que a primavera é a estação das flores e do amor, mas há quem discorde e veja mais encanto no frio do inverno. Talvez tenha sido esse encanto que uniu Matteo, um jovem valete, e Eveline, uma aspirante a bailarina.
Para livrá-la de um problema...
Acho impressionantes como os dias desastrosos sempre começam com um céu feio, há uma diferença muito clara entre dias com o céu nublado e dias feios, pelo menos é algo que costumo notar.
O dia estava feio ontem quando minha sogra e minha cunhada fizeram uma visita e eu sabia que teríamos problemas, hoje amanheceu do mesmo jeito.
Pulei o café da manhã e saí antes do Matteo acordar, fui muito rude ontem e precisava clarear um pouco os pensamentos antes de falar com ele de novo. Resolvi que iria passar na casa das minhas tias antes de ir trabalhar, pelo horário, as duas já estavam acordadas.
Foi meio estranho bater na porta da minha antiga casa, mas quando ela foi aberta e vi o sorriso da tia Jennifer, parecia que nada havia mudado.
- Ev, meu amor! - Ela atirou seus braços ao redor do meu pescoço em um abraço empolgado. - Josie, Eveline está aqui.
Jennifer me arrastou para dentro bem a tempo da tia Josephine vir ao nosso encontro. Abracei as duas com toda a saudade do mundo, estar com elas era o que mais sentia falta desde que me mudei.
- O que faz aqui tão cedo? - tia Josie perguntou. - Você e Matteo caíram da cama hoje?
- Aliás, como ele está, meu bem? - tia Jen indagou sem nem esperar que eu respondesse às perguntas de sua irmã.
Ao ouvirem meu suspiro, suas expressões alegres tornaram-se um pouco mais preocupadas, aproveitei o momento para lhes contar sobre ontem e pedir alguns conselhos.
- Não é culpa sua, Ev. - Josephine começou. - Nem dele. Na verdade, acho que a culpa é nossa, Rosalía claramente tem ressalvas contra nós, mas não vou aceitar que isso interfira no seu casamento.
Eu fiquei bastante intrigada ao ouvir isso, até mesmo Jennifer parecia estar confusa com a situação, mas não tivemos tempo de questionar nada já que tia Josie continuou a falar.
- Bem, creio que esteja na hora de você ir trabalhar, querida, mas, ouça o que lhe digo: Converse com Matteo e peça desculpas se achar necessário, só assim o peso na sua consciência irá embora.
- Eu irei, não se preocupe. - Levantei-me apressada para não me atrasar e as abracei outra vez. - Espero a visita de vocês em breve.
- Iremos sim. - tia Jen respondeu, seus olhos pequenos estavam marejados como no dia em que deixei esta casa. - Até logo meu bem, se cuide.
Deixei a casa de minhas tias e segui pelo antigo caminho que costumava fazer para chegar ao trabalho, como sempre, já havia mil coisas a serem feitas quando cheguei.
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Passei a maior parte da manhã na parte interna da fábrica, pulando de função em função, mas lá pela tarde já havia entregas a serem feitas e eu prontamente me ofereci, ficar nos serviços dentro da fábrica era quase um martírio para mim.