Capítulo 02

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Sua cabeça doía, queria levantar logo mas notou que enquanto estava desacordada alguns passarinhos pousaram em cima de si. Espantou-os devagar para não assustarem e então se levantou ainda tonta e com visão embaçada. Já era dia o que significa que dormiu ali sem ao menos seus pais ligarem para ela ou algo do tipo, resolveu então pegar seu celular na mochila em suas costas e então notou que suas mensagens não chegavam.

Andou novamente de volta até a estátua do rei Agustos para tentar achar um sinal de celular, mas nada de aparecer. Olhava ao redor tentando pensar em o que faria, sua casa era razoavelmente longe de floresta, até conseguiria ir apé mas se cansaria muito e não havia levado sequer uma garrafa de água. Encarou então a estátua, parecia tão limpa que era de se estranhar, aliás o caminho até a estátua também estava diferente com mais mato e menos trilha.

Algumas árvores estavam mais cheias e parecia mesmo que algo estava estranho não só com o fato de que ninguém entrava ali para limpar a área a muitos meses mas aquela estátua não era a mesma, não havia rachaduras curtas em sua estrutura como antes, não havia desgaste no rosto com o tempo e aquela droga de dedo estava ali apontando reto mostrando a divisão dos antigos reinos.

— Quem é você? – ouviu a voz de um homem sujo e então direcionou sua visão a ele.

— Olá, sou Rowena. Você tem sinal no seu celular? Eu estava tentando achar um pouco para ligar para meus pais mas parece que esta área não tem internet nenhuma. – mostrou o aparelho celular e se arrependeu amargamente.

Sua bruxa! – gritou. — Estou com uma bruxa, venham aqui.

— Do que você está falando? – encarou mais o homem que retirava de seus bolsos sujos um pedaço de vidro.

— Eu vou acabar com você. – correu em direção da garota.

Sua primeira reação foi tirar rápido de sua bolsa o spray de pimenta que estava guardado, quando estava perto o suficiente Rowena apertou em seus olhos o que resultou em um grito alto que fez outros dois homens que estavam com ele sair em meio ao matagal em sua procura. Sem pensar duas vezes a garota correu pela floresta sem olhar para trás, estava sem entender nada. Não entendia o porquê de um homem esquisito com roupas estranhas e velhas estar atrás dela a chamando de bruxa.

Admitia que deveria ter escolhido outra roupa para ir a floresta, com certeza um jeans era uma péssima escolha para correr tanto entre os matos. Quanto mais corria tudo parecia mais confuso ainda, não via a estrada de forma alguma. Já deveria ter achado algum carro em movimento por ali mas seu campo de visão era tomado apenas por mais e mais árvores. Ouviu gritos altos atrás de si, parecia que os dois outros homens estavam conseguindo alcança-la. Seu coração bateu desesperado ao ver que após tantas árvores havia um grande muro.

Não pensou duas vezes antes de começar a correr ao lado dos muros em busca de um portão para pedir ajuda, suas pernas pareciam que desistiriam no meio do caminho mas finalmente após muitos minutos vendo apenas tijolos achou um portão tão grande como um prédio caído. Tentou achar alguma campanhia mas já não aguentava mais correr e então começou a gritar.

Alguém?! – gritou e então começou a repetir.

— Te achamos! – um deles disse mas logo se calou. — Este mundo não pertence a você, bruxa maldita. Iremos leva-la para aonde te pertence, o inferno.

— Olhe estas vestes, está como uma impura.

— Eu só estou usando um jeans, qual o problema com vocês?.

— E ainda possui esta cor, é mestiça? Algum dos seus se aproveitou das nossas.

— Ei! Isso foi super racista seu acéfalo.

De volta ao século XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora