Aquela pergunta fez soar como uma alucinação. Afinal de contas, não saiu de onde estava, mas não estava mais no mesmo lugar. Estava no palácio, mas estava em um museu.
— Necessito que tenhamos uma conversa apropriada a sós, Amaja.
— Por que você está falando assim? – disse ainda em choque. — Sua família está desesperada.
— Estamos chamando a atenção – olhou ao redor. — Vem comigo – agarrou o pulso da garota que apenas aceitou indo atrás dela.
Ambas seguiram para o banheiro enquanto os seguranças faziam uma ronda no local para entender o que estava acontecendo. Amaja estava a ponto de explodir, sua vida houvera se tornado uma bagunça desde que Rowena sumiu, mal poderia acreditar ver a garota em carne e osso ali e agora. Após se certificar de que estavam trancadas sozinhas no local, pode suspirar fundo e abraçar a garota que a poucos estava com os olhos arregalados.
— Surpreendentemente eu senti a sua falta! – sorriu largo. — Eu estou bem, eu prometo. – se afastou.
— O que aconteceu? Eu pensei que você estivesse morta.
— Morta? – franziu o cenho. — Eu sumi por uma semana.
— Sim, mas quando se some sem motivos em uma floresta é o que todos pensam.
— Merda! Meus pais pensam que eu estou morta?
— Seus pais estão em um momento difícil – encarou outro canto. — O restante de seus parentes acha que eles devem seguir com ajuda psiquiátrica.
— Droga – sentiu seu coração disparar. — Eu não posso ver eles, eu não posso abandonar tudo. Se eu sequer sonhar em contar para eles sobre tudo aí sim vão pensar que eles estão insanos. Não seria justo.
— Será que você pode me explicar o que aconteceu? – segurou ambos ombros da mesma a balançando de leve. — Venho fazer a visita semanal ao museu e você aparece vestida como uma figura histórica falando esquisito e agindo como uma surtada... – encarou as orbes alheias e então soltou a garota.
Começou a andar de um lado para o outro enquanto mantinha as mãos na cabeça puxando os fios de leve. Rowena vendo a situação também não conseguiu se controlar e posicionou as maos no joelho tentando recuperar a respiração. Ambas não sabiam o que falar, mas agora o coração da cacheada continha uma dor imensurável ao imaginar seus pais em estado deplorável sem poder fazer nada que pudesse ajuda-los.
— Eu não acredito! – afirmou. — Eu não posso acreditar!.
— Nessa altura do campeonato imagino que já tenha entendido.
— Era por isso que você estava olhando a folha, era lá que nós conseguimos o feitiço.
— Eu conheci Agustos. – se recompôs. — Ele é espetacular, Amaja. Nós nos aproximamos nesta última semana e eu contei para ele sobre diversas coisas do futuro. Ele se encantou, aparentemente era tudo que sempre quis conhecer. Me trata como trataria uma filha.
— Mas ele teve uma filha.
— Não, não teve.
— Teve sim, muitos ignoram isso pois ela era birracial mas ele teve uma filha chamada Rowena. – deixou seu queixo cair. — Puta que pariu, Rowena.
— Merda, merda, merda... – estapeou sua própria testa. — Eu alterei a linha temporal, não foi?
— Sim. – suspirou fundo. — Mas diz que a filha dele se casou, isso quer dizer que você vai se casar?
— Amanhã.
— Pelo menos você ainda existe no nosso século, isso é uma boa notícia não é?
— Não sei como é possível, mas sim, parece uma boa notícia que ninguém tenha morrido ou sido esquecido ao longo do tempo. Mas acho impossível que eu não altere mais nada.

VOCÊ ESTÁ LENDO
De volta ao século XVI
RomanceRowena Rarver costuma ser o tipo de garota que não anda em grupos, mesmo que estes estejam sempre ao seu redor tentando trazê-la para perto. Após muita insistência e por uma motivação a mais, a garota resolve dar uma chance às meninas que sempre a c...