Capítulo 10

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Seus lábios ainda se moviam uns aos outros, a língua dele começou a invadir o espaço fazendo com que Rowena começasse a entrelaçar a sua também. Ambas serpenteavam por dentro intensificando mais, e eles não queria parar em momento algum. Foi estranho pensar que estava mesmo fazendo isso com ele, que estava beijando ele. Agradeceu pela ação de seu marido, pois não conseguiria ter tanta coragem de fazer isso. Estava com esse desejo enraizado no mais profundo de seus sentimentos, nem havia percebido a necessidade que tinha até estar agora nesse momento deslizando suas mãos até o botão da blusa alheia. 

Todas as vezes que tentou ignorar seus pensamentos sobre como achava ele sexy foram em vão neste exato momento, pois mesmo que à cada cara séria que ele fazia ela revirava os olhos, ainda sentia algo dentro dela. Nunca imaginou que ele poderia beijar tão bem tendo em vista que era nitidamente leigo no assunto, mas ele fazia com excelência. Já Jarlath por outro lado estava tão sedento que sequer se lembrou que eram casados, sua vontade era tão grande que mesmo se não estivessem sequer noivos ele teria a beijado, indo contra todas as regras da sociedade na época.

Suas mãos desceram do rosto para a cintura enquanto continuavam a manter o ritmo do beijo. Rowena começou a desabotoar os botões e foi finalmente quando o ar lhes faltou que ambos se separaram por segundos, segundos esses que foram o suficiente para ela retomar toda a sua consciência. Estava mesmo disposta a transar com ele agora mesmo? Óbvio que estava, seu corpo clamava por isso muito mais do que poderia dizer, sequer estava preparada para o tanto que o queria.

— Rowena, por favor – sussurrou enquanto aproximava seus lábios dos dela.

Ela queria, queria muito, mas estava confusa demais para isso. Se afastou mais uma vez, sentindo ele tentar segura-la pela cintura. Aquele toque foi como desmonta-la por inteiro em segundos, mas não poderia ficar ali, não conseguiria fazer isso. Se afastou bruscamente saindo de imediato do quarto.

Fechou a porta com força ainda pensando sobre o que havia acontecido. Ficou ao lado de fora encostada na porta por cerca de cinco minutos, pensava no porquê ele ainda não ter aparecido, no porquê de ele não ter ido atrás dela naquele exato momento. Queria o drama, queria explodir e dizer tudo que sentia, queria que ele a puxasse e a beijasse novamente, mas não foi isso que aconteceu, ele simplesmente não apareceu.

Tocou seus lábios levemente, ainda conseguia sentir em seu interior a boca dele na sua. Suspirou fundo, para aquele quarto ela não voltaria, pelo menos não hoje. Foi em direção ao quarto de Ciberius que a poucos havia entrado e bateu levemente.

— Pode entrar! – disse inocente, pensando ser apenas um serviçal. Quando a garota entrou ele se assustou — Rowena? O que está fazendo fora de seus aposentos?.

— Eu... – encarava os lados em nervosismo. — Posso dormir com você essa noite? Não quero ficar no meu quarto.

— Seu linguajar me assusta – riu. — Sabe que não posso fazer isso, não é?

— Eu te imploro – falou enquanto se aproximava, ele podia ver ela tremer.

— O que aconteceu? – franziu o cenho.

— Ciberius, eu não posso ficar no mesmo quarto que ele, não hoje.

— Rowena, é necessário que haja um diálogo.

— Eu não sei até qual ponto posso falar para você. – mordiscou o lábio inferior, ansiosa. — Eu venho de um lugar muito diferente, onde nossos costumes são diferentes. Prometo para você que não há intenções malignas em meu pedido, Ciberius. Mas eu não posso voltar para aquele lugar.

De volta ao século XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora