Capítulo 11

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Haviam se passado três torturosos dias.

Rowena soube que sua carta havia sido entregue para Agustos em Abor, todos os dias e as noites com Jarlath haviam sido de silêncio, tão absoluto que era quase ensurdecedor. Estava exausta e iria para mais uma noite em um reino desconhecido, se não fosse por Ciberius seus dias ali seriam uma merda. Jarlath apenas trabalhou por todos esses dias, por dois dias ficou trancado na sala do rei e ontem saiu para o vilarejo.

— Esse vinho é saboroso – Ciberius disse enquanto Rowena se mantinha sentada.

Estavam em uma das salas de descanso, onde havia uma pequena adega de vinhos na parede. Por esses dias ela teve um pequeno tour pelo palácio e a companhia era agradável. Ciberius contava que desde que completou os seus dezoito começou a saga pelo vinho perfeito e agora contava como cada um era.

— Nunca bebi – disse Rowena.

— Como não? Agustos não permite?

— Ele permite, mas não tive oportunidade.

— E em seu casamento?

— Nem sequer reparei nas bebidas.

— Vamos mudar isso agora! – sorriu, levando para ela uma garrafa.

Rowena vacilou na ideia por alguns segundos, mas no instante seguinte bebericou. O gosto era doce, na real ela tinha amado. Continuou a dar alguns goles enquanto Ciberius bebia juntamente a ela, ambos estavam jogando conversa fora, não era nada sério.

— Pretende se casar um dia? – ela perguntou se ajeitando na poltrona antiga. — Tipo, por conta própria sem pressão.

— Como Jarlath é o rei, sinto mais paz para escolher. Em um certo período tentaram me fazer escolher antes dele devido à demora, mas ai você apareceu. Eu gostaria de me casar com uma mulher como a vossa majestade.

— Como eu?

— É destemida. – bebeu — As pessoas não te olham com um olhar de desprezo, elas te olham com um olhar de receio. Acredito que saibam, mesmo sem te conhecer, que é forte.

— Nem sei como responder isso.

— Não precisa. – olhou ao redor para se certificar que a porta estava fechada. — Meus pais sempre foram muito ruins na questão de Jarlath ser diferente de uma pessoa branca, então quando vi que nossa futura rainha ia contra tudo que eles apoiavam eu senti orgulho de Jarlath.

— Orgulho?

— Sim, pois ele soube exatamente deixar de lado as crenças de nossos pais. Me lembro que desde os seus dezesseis nossos pais o levavam para conhecer mulheres. Mas o assunto se iniciou quando ele tinha apenas onze anos. – deu mais um gole para molhar a garganta e com o dorso de sua mão limpou a boca. — Jarlath nunca foi de se abrir para mim sobre seus sentimentos até três dias atrás. – riu com emoção. — Isso é um grande passo, ele no máximo me dizia que estava de saco cheio de conhecer donzelas.

— Sabe porquê ele não aceitou elas?

— Nunca me disse diretamente, mas acho que sei o por quê.

Rowena virou a garrafa em um gole maior, sentindo a bebida descer forte. Fez uma careta e riu em seguida sendo acompanhada por Ciberius.

De volta ao século XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora