Capítulo 04

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— O quê? – perguntou incrédula.

— Eu não estava com a intenção de lhe pedir isso, tão pouco estava com a intenção de concordar com meus familiares de unir os reinos desta forma. Chamaria o príncipe justamente para dizer em particular que rejeitava o pedido, mas tendo esta conversa com a senhorita percebi que se eu morrer, e vou, todos que aqui vivem irão junto caso os Vezano herdem tudo.

— Você diz os negros?

— Sim. Obviamente organizaremos tudo de tal forma pela qual não seja necessário que cumpra uma função de mulher para ele e deixarei deveras claro que será a rainha e apenas a senhorita governará este reino, ele está aqui apenas para a unificação.

— Eu não posso aceitar, Agustos. – franziu o cenho. — Isso irá alterar todo o futuro.

— Essa é a chance que você tem de alterar o tempo positivamente e salvar os seus. – desviou o olhar. — Toda minha vida foi dedicada a descobrir como ir para o futuro, creio que nunca perderei a imagem de rei louco que quase sacrificou sua dinastia para poder seguir um propósito.     

— É um homem sábio. – tocou seu ombro. — Posso pensar sobre essa proposta?

— Claro, mesmo que eu pense ser o certo, tem todo o direito de discordar. Está em suas mãos toda a mudança da realidade.

— Podemos ao menos tentar me levar para o futuro?

— Farei isto agora mesmo. – se levantou do chão com dificuldades e então tossiu.

— Você está bem? – se levantou também, preocupada.

— Sim, estou. Não há como fugir do destino e eu o aceito com grande alegria.

Ambos se encararam e então sorriram, era estranho pensar que estava acontecendo tantas coisas em apenas um dia. Sua cabeça iria realmente explodir se não houvesse uma pausa, mas era isto, nunca foi acostumada a ver o mundo real e agora era obrigada a vê-lo. Seus dias em telas estavam contados e agora sua única saída era ter uma montanha russa de emoções.

Sentaram-se na mesa e Agustos pegou livros velhos que estavam separados em uma parte específica, como se fossem raros ou de extrema importância. Rowena observava o homem desenrolar vários papeis sobre a mesa e neles haviam anotações, marcações e folhas rasgadas. Parecia realmente a mente de um louco e também acharia loucura se literalmente não estivesse em outro século.

— Peço que por obséquio conte-me o que houvera no dia em que tudo mudou.

— Eu e umas garotas fomos até a floresta aqui perto do reino. – gesticulou com as mãos apontando a direção. — Estavamos todas perto de sua estátua e falamos algumas coisas emboladas, em seguida eu fui embora mas não saí da floresta pois tropecei, cai e aparentemente bati a cabeça. – tocou no local. — Quando acordei já estava aqui.

— E essas coisas emboladas, eram o que?

— Acho que bruxaria, sinceramente eu não sei. Mas com certeza é bruxaria.

— A bruxaria é realmente algo real? Não posso acreditar!. Sempre julguei que fosse apenas parte do preconceito de todos.

— Também não consigo acreditar, mas quando estávamos falando as coisas citamos bruxas. – pegou um dos papéis e uma pena que estava por cima da mesa. — Tenho quase certeza de que foi algo assim.

De volta ao século XVIOnde histórias criam vida. Descubra agora