Com a exceção do psiquiatra e do médico, todos os outros ficam de olhos arregalados, até mesmo Rowena que se levanta bruscamente da cama, ficando sentada. Sua expressão era de um espanto enorme.
— Bebê!? – ela diz, sua voz cortando o ar.
O psiquiatra rapidamente corre para o lado dela, tentando tranquilizá-la. Ela não ouvia nada, a voz dele parecia abafada. Rowena pairou seu olhar em seus pais, que estavam com os queixos caídos, eles estavam imaginando o pior cenário possível e não era para menos, afinal, ela estava grávida e tecnicamente esteve desaparecida esse tempo todo.
— Está tudo bem, olhe para mim... Estaremos te dando total apoio, entendemos que não seja fácil passar por um abuso e você terá acompanhamento de um psicólogo adequado... – o psiquiatra continua falando, enquanto Rowena parecia atordoada.
— Eu não fui abusada! – ela diz alto, claramente para tentar tranquilizar seus pais.
— Nós entendemos que a negação é uma coisa comum em vítimas com estresse pós-traumático. – o homem insiste, fazendo Rowena gritar.
— Eu não fui abusada! – a repetição com um tom mais alto faz seus pais tremerem levemente, assustados por ver sua filha negar o que parecia óbvio para todos.
— Minha princesa – o pai diz, na tentativa falha de também confortar a garota. — Nós vamos cuidar de você, ok?
— Papai, eu não fui abusada. Eu estou bem.
Ele vira o rosto levemente, claramente não acreditando nela. Quem acreditaria? Ela parecia atordoada, agressiva e estava desaparecida a meses... Claramente fora de si.
— Deus... – a mãe diz baixo, se virando para o marido e o abraçando com força.
Aquilo tudo estava um caos, Rowena nem sequer sabia como reagir... Não sabia se acolhia os pais, se surtava internamente por estar grávida ou pelo fato do psiquiatra que foi chamado pelo possível estresse pós-traumático simplesmente não calava a boca. Ela tapa os próprios ouvidos, levando a cabeça para entre os joelhos, seus olhos ardendo de lágrimas seguradas. Todos falavam ao mesmo tempo, falando tantas coisas que era impossível uma pessoa não ficar atordoada com isso.
— Vamos deixar ela descansar um pouco, tudo bem? – o psiquiatra fala olhando para todos
— Eu quero ficar com meus pais – ela fala firme, chamando a atenção de todos — Só eu e eles.
O policial encara o psiquiatra e vice-versa, ambos silenciosamente concordando. O médico sai da sala junto com os outros dois, e Rowena se vê ali, com seus pais. Eles nem sequer podem se segurar mais, ambos se aproximam dela rapidamente enquanto ela mesma sai da maca correndo até eles. O abraço triplo faz ela se derreter em lágrimas.
Eles a encheram de beijos na testa e cabeça, enquanto palavras amorosas enchiam o ar. Ela chorava incansavelmente, finalmente vendo seus pais. Quando ela finalmente se afastou do abraço pode encarar eles de perto, estavam tão abatidos, claramente cansados e exaustos sentindo falta da filha, e aquela notícia sobre o bebê não ajudou em nada eles. Ela se sentia péssima, pois enquanto eles estavam ali, sofrendo por ela, ela estava em outro século vivendo um amor inimaginável.
— Querida, sentimos tanto a sua falta – a senhora Rarver diz, acariciando as bochechas da garota.
— E nós vamos resolver isso, ok? – o pai toca gentilmente a barriga dela — O que você quiser, será feito.
Rowena voltou a se desmanchar em lágrimas, como ela iria explicar a origem daquela criança? O que ela diria? 'Mãe, Pai, eu estou grávida de um homem que está no século dezesseis'? Era ridículo e claramente faria ela parecer ainda mais louca. Ela suspira fundo, limpando as lágrimas.
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De volta ao século XVI
RomanceRowena Rarver costuma ser o tipo de garota que não anda em grupos, mesmo que estes estejam sempre ao seu redor tentando trazê-la para perto. Após muita insistência e por uma motivação a mais, a garota resolve dar uma chance às meninas que sempre a c...