Capítulo 19

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Beanard

Daren entrou numa balada subterrânea. O local era para maiores de idade. E a única danceteria da cidade. O lugar era conhecido por seus três espaços. A sala de karaokê, a imensa pista de dança e também o bar com diversos drinks. Eu estava esperando atingir a maioridade para conhecer a danceteria, mas o Elfo me proporcionou a experiência antes do previsto. Eu fiquei encostado num canto, observando a pista de dança e as pessoas rindo e felizes. Elas nem sequer imaginam os mistérios que nosso mundo esconde. Daren recebia muita atenção do público feminino e masculino também. Eu fiquei imaginando como era a sua aparência na forma humana, ele estava usando seu Dom da Ilusão. E pela reação das pessoas ao seu redor, com certeza a sua beleza era de arrancar o fôlego. Daren já tinha a sua perfeição sobrenatural na forma verdadeira. 
O único que não era afetado por seu dom sou eu
O Elfo recebeu a atenção de uma mulher loira. Ela usava um vestido vermelho que delineava o seu corpo. Era muito bonita e seu cabelo tinha ondas que batiam na cintura. Daren não aceitou as investidas da mulher e se afastou para dançar uma música eletrônica com um desconhecido. 
Respirei fundo. 
Eu não deveria estar aqui… 
A minha mãe havia morrido há poucos dias, nem sequer compareci na sua despedida. 
Acho melhor ir embora…
Daren não vai se perder numa cidade minúscula. Ele conhecia o caminho até o Coven. Eu me virei, pronto para sair da pista de dança. Estava me acostumando a ficar sozinho, um ambiente lotado não me fez muito bem. 

— Ei, espere. — Alguém segurou na minha camiseta. Eu havia tirado a blusa de moletom e amarrado na cintura. Olhei para trás, flagrando aquelas esferas de  ônix me avaliando. Daren franziu as sobrancelhas: — Está indo embora?

— Bom, você é o único que está se divertindo. Eu estou cansado. 

— Qual é o problema? — O elfo tinha uma mania irritante de ficar muito próximo. E não gostava da forma que meu corpo reagia, eu sentia a minha pele completamente quente com a sua aproximação. Era uma sensação estranha. — Está pensando na morte da sua mãe de novo? 

Fechei meus olhos por alguns segundos. 
Eu estava começando a odiar a sua percepção afiada ou minhas ações eram muito previsíveis. 

— Acho que aprendi a ficar sozinho, lugares lotados não me trazem uma boa sensação. — Revelei com naturalidade. 

— Você nunca estará sozinho. — Daren repuxou os lábios, exibindo um sorriso alegre. — Não se esqueça que fará parte de um Coven, as Bruxas de Walker estão esperando o seu consentimento para começar a sua iniciação. — Ele segurou a minha mão, puxando-me levemente até a pista de dança. — Um conjurador de magia jamais andará pelo Mundo Místico completamente sozinho. Ele terá o seu Coven e também o seu familiar, não podemos esquecer que um dia vai ter que escolher uma companheira. 

— E se a minha escolha for um companheiro. — Eu não entendi a minha própria sugestão. O calor transitando o meu corpo era uma das melhores sensações que já tinha experimentado. Há muito tempo não me sentia… me sentia… confortável com alguém. 

O meu coração começou a bater forte. E cada pedacinho da minha pele tinha consciência da presença do Elfo. 
Daren engrandeceu o seu sorriso.

— Espero que encontre um imortal que te satisfaça, bruxo. — Aquela sensação boa começou a se manifestar de uma maneira intensa. Daren estava tão perto que sentia a sua respiração entrecortada. Ele molhou os lábios com a língua e observou com atenção a minha boca.  

— E vossa alteza já encontrou alguém que alcance seus altos padrões de beleza? — Não consegui controlar o tom sarcástico. 

— Ah, acho que encontrei. — Tudo aconteceu muito rápido. Daren ergueu a sua mão e deslizou em direção à minha nuca. De repente, a sua boca encontrou meus lábios. Eu não estava esperando um beijo, e demorei para retribuir. Fiquei apreciando as carícias dos seus lábios. Daren me provocava, instigando para aprofundar o nosso beijo. E não esperei mais… aceitei o convite. Correspondi com voracidade, pressionando o seu corpo junto ao meu. Daren mordiscou meu lábio inferior com força e senti aquele gosto ferroso se misturando em nossas línguas. 
Havia uma energia ardente nos unindo.  
O meu pau reagiu e nosso amasso ficou descontrolado. Era uma onda eletrizante de puro prazer conduzindo nosso beijo intenso. Eu não queria parar. Um único beijo não seria o suficiente. E quando o Elfo afastou a sua boca para enterrar o seu rosto do meu pescoço e encher a pele com carícias e chupões, ergui uma mão para segurar no seu cabelo e puxei levemente. 

VANITAS - Memento mori Onde histórias criam vida. Descubra agora