Gabriela Farias, 24 anos
Já fazem 2 semanas que estou aqui em Madri, era o sonho da minha mãe conhecer. Infelizmente ela faleceu de câncer, me sinto sem propósito de vida. Meu maior sonho é conhecer Paris um dia, mas perdi a vontade de viver, me sinto só, fraca sem ela. O sonho dela era conhecer Madri e seus pontos turísticos, então cá estou eu visitando a casa da moeda da Espanha.
Eu andava pela casa da moeda vendo detalhe por detalhe, era o que minha mãe iria querer. Estava havendo uma visita de uma escola, a professora explicava bem cada detalhe então prestei atenção.
– Essa escadaria maravilhosa é toda de mármore e granito, ela é toda... – Enquanto ela falava percebi assaltantes com armas, vestidos de macacões vermelhos e máscaras gritarem, os adolescentes gritavam desesperados. Eu não fiz nada, fiquei parada em choque com a situação.
– PARA O CHÃO! – um deles gritava apontando uma metralhadora nas nossas cabeças. Colocaram um tapa olho em mim e eu perdi a visão do que estava acontecendo.
Do nada os gritos se acalmaram e escuto uma voz masculina começar a falar.
– Em primeiro lugar, bom dia. Sou eu que estou no comando e antes de mais nada quero pedir desculpas para vocês, essa não é uma boa maneira de acabar a semana, mas estão aqui como nossos reféns, se me obedecerem garanto que sairão com vida. – engoli um seco e senti minha mão tremer.
– Pode me entregar seu celular por favor? – uma outra voz masculina pediu e eu fiquei mais nervosa – ei, calma, a gente não vai machucar você, calma. – a voz disse segurando minhas mãos, eu entreguei meu celular a ele sem dizer uma palavra. – Qual a senha?
– para que precisa da senha? – perguntei com a voz trêmula
– ei garota, sem perguntas, da a senha. – outra voz masculina falou comigo.
– Calma Denver, ela está nervosa, deixa que eu falo com ela.
– só adianta, Rio. – Então o esquentadinho se chama Denver, o fofo Rio.
– Olha, eu preciso da senha.
– 080193. – disse simples.
– Seu aniversário? 08 de janeiro de 1993?
– sim.
– Também sou de 93. Qual seu nome? – Um cara: assaltante, roubando meu celular, me fazendo de REFÉM conversando comigo como se fosse de boa a situação.
– Gabriela. – disse simples.
– Gabriela o que?
– Gabriela Farias.
– Obrigado...Hum..."Bri", seu apelido. – "Gabi" tudo bem, agora, "bri"? esse é novo.
...
Ficamos por volta de duas horas de vendas nos olhos, com um silêncio agonizante que foi quebrado pelo comandante do assalto.
– Reféns, por segurança dêem 3 passos para trás. – escutei todos obedecendo e fiz o mesmo
Escutei disparos e fui ao chão gritando com as minhas mãos nos ouvidos, só se passava pela minha cabeça " vou ver minha mãe, vou morrer."
Escutei um disparo alto e alguma mulher gritando "RIO" provavelmente ele teria levado um tiro, fiquei preocupada com o garoto, ele foi muito simpático para um assaltante.
Umas 4 horas depois, uma mulher falou para descansarmos, eu não conseguia. Fiquei encolhida mexendo minhas mãos, apertando meus dedos...Como posso dormir sabendo que posso morrer a qualquer momento?
Senti uma mão pegar no meu braço e me assustei.
– Vem – Rio, reconheci a voz – Relaxa, eu só vou te levar para outro lugar para descansar, tá bom? Só isso. – Eu assenti com a cabeça e deixei ele me guiar já que eu estava sem visão
Subimos umas escadas, viramos esquerdas, eu não sabia onde estava indo.
– vou tirar sua venda – senti os dedos dele removendo a venda, abri os olhos e vi o rosto dele, ele é um menino lindo, estava com um machucado na lateral da cabeça e segurava uma metralhadora. Estávamos numa sala escura, com apenas luzes da rua que iluminavam a casa. – como é enxergar de novo? – ele brincou
– bom, muito bom. Por que me trouxe até aqui?
– Percebi que você não estava se sentindo segura lá, nosso objetivo...Um deles, é deixar vocês reféns seguros. Nosso grupo conversou e eu pedi para te ajudar. Não quero que sinta medo de mim, fica tranquila.
– Eu não sei porque, você está com uma metralhadora no corpo, mas, me sinto segura com você. Mas morro de medo daquele Denver.
– Ele é um bobão. Ei Bri, você vai precisar tirar essa roupa ai e colocar esse macacão vermelho. – ele me entregou.
– Ok.
Eu estava com um suéter branco de botões e uma calça jeans, eu comecei a desabotoar o suéter com vergonha pois Rio estava me olhando. Ficando apenas de sutiã e calça jeans, cobri meus seios seminus com o suéter.
– Rio, você se importa de...– antes de eu terminar a frase ele já entendeu.
– Claro, claro, desculpa, eu me distrai, foi mal. – ele virou. Eu percebi que tinha como ele me ver por um reflexo da janela, e eu conseguia ver o rosto dele por este mesmo reflexo. Quando eu olhei para ver se ele estava me espiando, ele já havia fechado os olhos e eu acabei soltando um riso. Ele é respeitoso pelo menos.
– Pronto – disse já vestida e ele me olhou
– fica bonita de vermelho. – ele sorriu e eu retribui
– O que aconteceu com a sua cabeça?
– Fui desviar de um tiro, me desequilibrei e bati no degrau da escada.
– Meu Deus! Bater a cabeça pode causar ruptura dos vasos sanguíneos que ficam entre o crânio e o cérebro, o sangue pode recolher um hematoma que pode mover e irreversilvemente danificar o seu cérebro. Se o sangue não fosse drenado a tempo, você poderia ter morrido, Rio.
– Isso foi muito sexy, mas, você é médica?
– Sim, comecei a faculdade depois que minha mãe faleceu de câncer. Comecei a trabalhar há um ano atrás.
– sinto muito pela sua perda.
– obrigada.
– Bri, agora você tem que dormir, deita ai, eu não vou deixar ninguém te incomodar, pode confiar em mim.
– difícil confiar em alguém que está segurando uma metralhadora.
Ele me olhou, tirou o pente da metralhadora e a colocou num canto.
– melhor? – eu me senti aliviada e acabei sorrindo
– sim, obrigada por se legal, Rio.
Está foi a última coisa que me lembro de ontem, eu dormi, por mais estranho que pareça, eu me sinto segura com ele, não sei explicar, é como se eu conhecesse ele.
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𝐋𝐎𝐔𝐂𝐔𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐀𝐌𝐎𝐑☠︎︎
Teen FictionGabriela é uma brasileira que está de férias em Madri, ela estava admirando a casa da moeda quando de repente ...BANG! Assaltam o banco. Uma loucura. Mas que tipo de loucura ela está disposta a correr?