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Gabriela Farias, 24 anos

Eu fiquei muito preocupada com Rio. Não conseguia ver nada da janela, apenas os atiradores da polícia, acho que ele nem saiu da casa da moeda, só abriu o portão.

Escutei a porta destrancar.

– Se ela não estiver aqui dentro eu acabo com você.– escutei Rio falando.

– cala a boca antes que eu me estresse e arranque sua orelha. – Berlim

A porta abriu e vi a cara de puto dele voltar a ser a de um ursinho carinhoso logo que viu meu rosto. O lindo sorriso dele se abriu e eu acabei sorrindo também, não acredito que me apaixonei por um assaltante.

– Bri! – ele me abraçou forte e eu retribui – você está bem? – ele disse colocando as duas mãos no meu rosto e acariciando com o polegar.

– estou, eu fiquei preocupada com você.

– então se importa comigo? – ele sorriu convencido

– idiota – abracei ele de novo

– o que foi isso na sua mão? – ele disse segurando com cuidado

– Berlim deu um tiro de raspão, só para ter sangue.

– É, nem doeu. Antes que você faça drama "ai Berlim você atirou na garota que eu gosto aiai uiui" – Berlim disse fazendo uma vozinha fininha e eu ri

– se importa de deixar a gente só um pouco? – Rio

– deixo, mas lembre - se do plano, ela é refém, Rio.

Ele saiu da sala deixando eu sozinha com Rio. Eu sentei no sofá e ele trancou a porta.

eu sorri para Rio e ele sorriu de volta.

– que foi? – ele sentou ao meu lado

– Você não parece ser assaltante.

– por que?

– o jeito que segura a arma, esses olhos brilhantes, sorriso bobo, o jeito que ficou quando Berlim me puxou forte, ia se entregar para polícia...

– achei que era médica e não profissional em armas e eu sou carinhoso com quem eu gosto – ele riu

– sempre foi só eu e minha mãe, então desde quando eu tinha 5 anos, ela me levava para atirar, para defender a gente caso alguma coisa acontecesse

– para atirar? Atirar no que? – ele perguntou surpreso

– é – eu ri um pouco – em javali, veado...Tenho medo, mas sei me virar.

– ela ta descarregada agora – ele disse tirando o pente– Não quero que você fique com medo, sabe que pode confiar em mim né?

– sei – sorri para ele e ele sorriu de volta – estou com sono, Rio.

– quer que eu te deixe dormir? Eu saio. – ele disse se levantando mas eu puxei o braço dele.

– Não, quero ficar com você. Pode deitar comigo?

ele sorriu.

– seu pedido é uma ordem.

Ele deitou no sofá e esticou o braço direito para eu apoiar minha cabeça. Eu abracei o peitoral dele e ele ficou fazendo carinho em meus cabelos.

– só não esquece que eu sou refém – brinquei imitando o berlim.

– relaxa, estou bem lembrado. – ele riu

NO DIA SEGUINTE 72 HORAS DE ROUBO

Gabriela Farias, 24 anos

Eu fui tomar um banho de pia, lá não tinha chuveiro. Entraram algumas meninas em fila indiana enquanto eu estava semi nua. Elas estavam acompanhas de Rio.

– vou entregar os remédios para vocês, façam uma fila. Jéssica, Helena, Dennis, Paula, Elizabeth, Aurora, Alisson. – ele entregou todos os remédios e ficou conversando com essa Alisson, ela claramente estava dando em cima dele.

Fingi que nem estava ligando, coloquei a camisa preta e ia sair do banheiro, mas Rio segurou meu braço.

– Não fala mais comigo não?

– falo, só não quis atrapalhar sua conversa.

– Dormiu bem?

– dormi, e você?

– melhor sono que eu tive nesses dias. – ele sorriu e eu também

– quem é ela? – disse sobre alisson

– alisson, uma das estudantes.

– gosta dela?

– gosto de você.

eu sorri e ele me deu um beijo na bochecha

– gosto dessa sua versão ciumenta. – ele sussurrou no meu ouvido e se afastou

– vai se fuder, Rio. – eu sussurrei para ele e ele riu

idiota.

– escutem, peguem as bolsas de remédios e vamos sair em fila indiana. – ele disse e Tókio entrou no banheiro

as meninas foram saindo e ficou eu, Tókio e Alisson no banheiro.

– juro para você que não quero mais o Rio, eu até que gosto de você pela a sua atitude com o Berlim. Desculpa ter feito você achar que o Rio queria estuprar você. – Tókio. Ela foi legal comigo e foi sincera.

– desculpada. Eu até que gosto de você também. – ela sorriu sem mostrar os dentes

– Mas essa ovelhinha está dando em cima dele, se liga.

Alisson ia saindo mas Tókio se colocou na frente.

– Boo! Qual era o assunto? – Tókio perguntou a Alisson

– nenhum.

– falavam de Oxford, eu ouvi vocês. – me meti

– não, da minha vida que. Que meu pai é um mandão. – ela tentou sair de novo e Tókio se colocou na frente

– vai convidar ele para embaixada? – Tókio

– quem? – Alisson

– O rio né, sonsa – falei e Tókio riu

– Não.

– Não gosta do namorado da minha amiga? – Tókio. Eu e o rio nunca nem nos beijamos.

– Não.

– eu adoro o sorriso dele, e você? – eu disse

– Não.

– vi você olhando para ele, para que mentir? – eu disse simpática

Tókio começou a rir e eu também

– o rio não é fofo? – Tókio

– é – alisson

– viu como gosta dele? – Tókio

– está tudo bem, pode confessar – eu disse

– gosto.

– iiii – Tókio me deu abertura para falar

– pois é, ele está comigo. Mas eu não sou insegura. Sei que ele me quer, apenas.

– mas se você gosta de brincar, temos que brincar todos juntos. – Tókio beijou Alisson do nada e eu ri

licença. – Alisson saiu correndo do banheiro e eu e Tókio ficamos lá dentro rindo.

Nem parece que eu sou refém.

𝐋𝐎𝐔𝐂𝐔𝐑𝐀 𝐃𝐄 𝐀𝐌𝐎𝐑☠︎︎Onde histórias criam vida. Descubra agora