Faca

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Na porta de entrada da mansão estava ninguém mais ninguém menos do que—

- GUN?! - Khaotung gritou e um sorriso brotou no rosto do próprio.

- Oi, meu chuchuzinho - acenou de longe antes de encarar Mix e olhá-lo de cima a baixo - A beleza é de família mesmo, né... - suspirou e eu ouvi Off rosnando do meu lado.

- Gun. - chamou com a voz grave e ouvi a risada escandalosa dele enquanto entrava e vinha na direção de Off.

- Não se preocupa, meu docinho, eu prefiro os mais altos - piscou e ficou na ponta do pé, dando um selinho em Off.

Eu já não sabia o que estava me chocando mais: Gun estar beijando Off, ele dando em cima de Mix ou ser a porra de um demônio.

- Gun?! - Khaotung berrou de novo e eu via o completo horror em seu rosto.

- Rayzinho! - Gun fez bico e foi até ele, passando o braço pelos seus ombros e o abraçando de lado - Desculpa não ter te contado, mas eram ordens do papai.

- Que papai? - perguntei.

- Satanás, Lúcifer, Belzebu, Sete-peles, Pata Rachada... papai - começou a nomear - Vocês decidem - e deu de ombros.

Eu olhei de Mix para Off enquanto esperava algum tipo de explicação.

- Você sabia disso?! - perguntei pra Off.

- Desconfiava.

- Como assim?

- Eu já sabia que ele não era humano desde que descobrimos sobre o renegado.

- Renegado? - Khaotung questionou, porém Off o ignorou e prosseguiu.

- Mas, com a falta de informação sobre demônios que poderiam assumir forma humana, eu ainda não tinha conseguido descobrir o que ele era. Só tive certeza ontem, quando o Mix me contou a novidade.

- O melhor era ver vocês achando que me enganavam tentando esconder que são vampiros - Gun disse e gargalhou.

- Gun, nós somos melhores amigos! Como você pôde?! - Khaotung parecia realmente indignado.

- Ray, eu só me tornei seu amigo porque me mandaram.

Vi quando Khaotung arregalou os olhos e eles ficaram úmidos. Ele era muito mais sensível que Ray.

- Gun! - chamei irritado e ele me olhou antes de notar a expressão devastada no rosto de Khaotung.

- Ah! Mas eu gosto de você, Ray! Só que... negócios são negócios, né. Era meu trabalho e—-

- Gun. - rosnei.

- Ok, ok - ergueu as mãos e suspirou - Vou parar de falar - e se afastou de Khaotung.

Eu o puxei pra perto e ele escondeu o rosto no meu pescoço.

- Khao... - chamei baixinho e ele negou com a cabeça.

- Depois a gente conversa - falou e se afastou, indo em direção à escada.

Eu o observei indo embora e suspirei antes de me voltar pra Gun e encará-lo com raiva.

- Tá vendo o que você fez? - briguei.

- Depois eu converso com ele - abanou a mão no ar - Agora vamos ver essa tal ferida.

À contragosto da minha parte, nós quatro descemos até o porão e Neo estava lá imprimindo alguma coisa.

- Ah, que bom que vocês chegaram! Ia chamar vocês agora - disse pegando os papéis e vindo em nossa direção - Saíram os resultados do sangue do First e... bom, não tem nada.

In a different life - FirstKhaotungOnde histórias criam vida. Descubra agora