17. Verdadeira face

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Jin estava vivendo no automático, sentia como se todos os seus sonhos fossem idiotas e infantis, como se a obsessão em segui-los o tivesse levado ao fundo do poço emocional, em algum momento até sentiu vontade de rasgar as páginas dos seus livros da Jane Austen, mas chorou em seguida, porque violar um livro era um crime horrível e porque a culpa não era dela, era dele por não saber diferenciar ficção de realidade.

Jane Austen morreu solteira por um motivo. E Jin seguiria seu destino solitário. Morreria sozinho, tendo amado um único homem que partiu seu coração e tentado com outro que lhe rendeu a pior experiência de sua vida.

O que mais lhe doía é que agora havia perdido tudo, inclusive seu melhor amigo. Seu desejo de viver um amor o tirou até mesmo o amor mais seguro que já teve.

Seus amigos mandaram mensagem, mas ele se limitou a escrever que estava bem, não queria se sentir um peso para os amigos, Hoseok estava vivendo um momento bonito com sua gravidez e Jimin sempre estava sendo mimado e cuidado por seus dois alfas. Ele não queria dividir sua desgraça com pessoas que estavam felizes.

E é claro que Hajoon mandou mensagem querendo repetir a noite, mas ele fugia dando-lhe desculpas.

Sungjae estava muito preocupado e tentou ajudá-lo convidando-o para sair, mas não teve sorte. Naquela quinta-feira, Jin saiu do trabalho, passou em uma conveniência e comprou mais bebidas e bobagens para comer, nesse momento não tinha disposição para cozinhar. Para ele, cozinhar era um ato de amor e não havia amor nele agora. Mas quando chegou à porta de sua quitinete, Jimin e Hoseok estavam o esperando.

– Não adianta mentir, Seokjin. Estamos aqui e não vamos sair. – Jimin disse firme com as mãos na cintura e uma pose autoritária.

Ele deu um longo suspiro e digitou seu código para abrir a porta sabendo que lutar contra Jimin era uma batalha perdida, então apenas deixou que eles entrassem.

– Jin, o que aconteceu? Nós estamos preocupados. Você disse que não deu certo com o Nam e que está tudo bem, mas está claro que não está. – Hoseok perguntou preocupado. – E o Nam também não quer conversar nem com o Yoongi.

– Jin, vocês estavam tão perfeitos juntos naquele final de semana. Eu estou muito confuso.

– Acho que vocês se iludiram junto comigo. – Sorriu triste. – Ele fez aquilo pelo sexo e deixou isso bem claro.

– Mas não faz sentido. – Jimin disse com um suspiro. – Ele olhava pra você como se você fosse a própria lua, Jin. Eu não entendo...

– Conta pra gente exatamente o que aconteceu, Jin. – Hoseok pediu.

O ômega serviu soju para ele e Jimin e suco para Hoseok, começou a beber e contou tudo o que tinha acontecido em sua vida desde domingo e aproveitou para chorar e desabafar toda a dor que lhe corroía por dentro.

– Vamos, levanta! – Jimin disse meio bêbado. – Primeiro vamos até a casa do Hajoon e vamos matar esse desgraçado abusador de merda. Depois vamos até o Namjoon e vamos cortar o pau dele fora!

– Ele não abusou, só mentiu. – Jin disse virando outra dose.

– Ele abusou sim, Jin. Ele te ajudou a ficar bêbado, te deu um sexo merda, não queria usar camisinha, mentiu sobre ter camisinha e depois tirou no meio da transa. – Hoseok falou sério e bravo. – Se você fez questão de usar e ele tirou sem o seu consentimento, é abuso, Jin. É crime, inclusive.

– É? – Perguntou confuso.

– Sim! – Jimin disse bravo e pegou o celular para mostrar ao amigo as matérias sobre casos semelhantes.

O alfa dos meus sonhos - NamjinOnde histórias criam vida. Descubra agora