Império

988 127 25
                                    

oi, gente!

era pra ter encerrado "Controle", mas aparentemente o vírus MACETANDO me macetou. na terça de carnaval não tive sintomas, mas na quarta de cinzas em diante ficou impossível - tanto que trabalhei de casa quinta e sexta. ainda não estou 100%, mas acho que amanhã (no máximo terça) estarei melhor.

então hoje sai o penúltimo capítulo e até a terça sai o último capítulo do livro. lembrando que neste capítulo tem ALERTA DE CENAS VIOLENTAS então se você não quiser ler, pode pular.

---

O relógio pareceu girar ao contrário naquela tarde. Ao invés de Maria Inês Camilo ficar em repouso, sempre cuidadosa com o bebê, era ela quem cuidava do marido, avaliando se ele tinha se machucado com o movimento do invasor, tocando em cada parte do corpo e do rosto de Edmundo.

A resposta dele foi um momento raro de sorrisos.

- Como você está? Adão não quis falar nada, Acácio muito menos, Dona Rita não queria falar nada, não queria que eu ligasse a televisão... E eu não fiz, mas eu odeio essa ansiedade. O que foi que aconteceu?

- Simples. Mariano Bertinelli infiltrou uma pessoa no meio de meu discurso para tentar me matar.

Diante de uma chocada Maria Inês, que levava a mão aos lábios a todo momento, Edmundo contou com a respeito do invasor que tentou atacá-lo com uma facada, e a forma que ele encontrou para se livrar de tudo aquilo.

- Fiz o que eu precisava fazer. Se ele achava realmente que um homem como eu se deixaria atacar por um imbecil, um bandidinho de segunda categoria, estava muito enganado. Eu tive a chance rápida de segurar o tal invasor, pegar a mão dele que estava com a faca, travei-lhe o braço nas costas e derrubei a faca. Já estão passando na televisão algumas imagens repetidas em looping, mas eu queria que você fosse a primeira a saber o que estava acontecendo.

A jovem repetiu os movimentos no rosto de Edmundo, até mesmo erguendo os dois braços do governador.

- Nenhum ferimento que você esteja me escondendo?

- Nada, Maria Inês, não se preocupe.

Edmundo era a face da tranquilidade. – O que interessa agora é que nós temos uma pessoa ligada a Mariano Bertinelli preso, sob custódia. Ele sabe que destino dele é uma cela lotada, talvez uma prisão federal, e lá eles não vão ser tão cordatos e gentis do que uma mera cela de uma delegacia local.

- E você trata isso como um passeio no parque? - a jovem deu um tapa na mão do marido. – Você é quem, Rambo? – Deu outro tapa, desta vez no ombro – Você não é Rambo, e sim um pai de família, pai de três filhos, meu marido, o governador desse estado. Como eu ficaria sem você do meu lado, Edmundo? Você vai, me faz apaixonar por você pra depois dar uma de super-herói? - deu mais um tapa, dessa vez no peito dele.

Para impedir a série de tapas da esposa, ele abraçou Maria Inês, mantendo-a bem perto, as respirações unidas, Edmundo podendo sentir o perfume de lavanda vindo do pescoço da jovem. Ouviu uma mistura de riso e murmúrio em resposta, e sabia que tinha acalmado as tensões de Maria Inês.

Deu um beijo no pescoço da primeira-dama e prosseguiu:

- Não se preocupe, nós temos tudo sobre controle. Prometo não fazer o super-herói de novo.

- Do jeito que eu te conheço, já deve ter oferecido uma delação premiada, ou algo do gênero. Com certeza ele vai aceitar, porque qualquer coisa é melhor do que o risco de ser morto por algum amigo de Bertinelli, que obviamente está incontrolável.

- Você acertou, Maria Inês. – deu outro beijo no pescoço da esposa, que respondeu se aninhando ao abraço de Edmundo, com um sorriso.

O otimismo de Edmundo fazia sentido: a polícia interrogou o homem que tentou matar o governador, e em troca de uma delação premiada e proteção, ele confessou quem foi o mandante do atentado – Mariano Bertinelli, e de que maneira o senador entrara em contato com ele para conseguir a chance de matar Edmundo.

ControleOnde histórias criam vida. Descubra agora