Finalmente chegamos ao último capítulo de "Controle"!
Em primeiro lugar, muito obrigada por acompanhar essa história, pelos comentários, pelas sugestões, as reações, por interagirem com esses personagens muito queridos para mim.
Em breve teremos novidades sobre as próximas histórias e o que eu posso dizer é: NÃO DIGO NADA HAHAH mas agora, fiquem com os últimos momentos da primeira-família, em um dia bem especial.
Mais uma vez, muito obrigada pelo carinho de sempre e até a próxima!
---
Foi uma eleição fácil para Edmundo Camilo.
Nunca houve uma reeleição tão certa e tão tranquila para o governo da Bahia desde a redemocratização. Edmundo tinha sido um governador celebrado, assumiu com mão de ferro vários desafios, em especial os da segurança pública, e não esmoreceu nem quando parecia correr o risco de perder a esposa.
Edmundo se provou um cabo eleitoral hábil, especialmente quando Juvenal Lopes se tornou prefeito de Salvador, transformando o partido dele no dominante no quarto maior colégio eleitoral brasileiro. Aquilo chamou a atenção do presidente da República, que ficou de olho nas eleições na Bahia, e mantendo os acordos feitos com Edmundo no passado, não deu o apoio ostensivo ao candidato do partido como se esperava dos colegas de legenda.
Pelo contrário: o foco dele foi em mandar mensagens genéricas de apoio aos candidatos à prefeitura de seus partidos de base nacional; mas Edmundo sabia que aquelas mensagens já eram o suficiente para trazer públicos que ainda estivessem resistentes ao governador. Não que ele acreditasse muito nesses focos de resistência.
- Também acho que você não deve se preocupar, amor. - Maria Inês, que naquela eleição acompanhou com ainda mais afinco a campanha, tendo uma posição mais estratégica nas escolhas de viagens, interações, pesquisas e debates, também era conselheira do marido. Todos entendiam a posição privilegiada que a pedagoga ocupava na equipe de campanha. - Todos os grupos demográficos, sociais, de idade, todos indicaram voto em você. O primeiro turno é uma realidade. - a jovem fez carinho na barba do marido, mantida por aqueles anos, e ele sorriu brandamente com o gesto.
Sorrisos pequenos e gentis que eram guardados apenas para a esposa e os filhos.
- É minha segunda campanha para o Executivo, mas continuo nervoso do mesmo jeito. Terrível. Odeio demonstrar ansiedade e nervosismo.
A conversa entre marido e mulher era acompanhada por alguns assessores de confiança do governador, incluindo Acácio Fontana.
- Isso te torna humano, amor. Mas deixe esse nervosismo pra lá. As pesquisas reforçam o que já sabemos e o que vai garantir mais quatro anos para as crianças correrem atrás dos gatos no palácio de Ondina.
Edmundo Camilo podia ser um governador de aprovação alta, mas ser um bom marido e um bom pai rapidamente se tornaram prioridades para sua vida. Algumas vezes ele se via pensando em seu maior feito: ser um dos políticos mais poderosos do Brasil, ou terem em casa quatro filhos que o idolatravam e seguiam seus passos?
Foi com aquela reflexão que Edmundo Camilo, agora novo governador reeleito, foi para festa de celebração da vitória da chapa Camilo-Coelho no salão amplo de um hotel tradicional no centro da cidade.
O governador caminhou pela festa ao lado da esposa e dos quatro filhos. Os mais velhos, já acostumados ao burburinho da política, davam tchauzinho aos adultos conhecidos que frequentavam o Palácio de Ondina, enquanto os gêmeos menores, os dois meninos, se encontravam no colo dos pais.
Um deles, Roberto, estava com o rostinho grudado no pescoço de Edmundo, que passou a mão nos cabelos do garoto.
- Quer brincar com sua irmã? - o menino não respondeu. - Vou deixar você com os brinquedos e Maria Rosa vai ficar perto, tudo bem?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Controle
RomanceControle é tudo que Edmundo Camilo conhece e sabe, a fim de que se mantenha no topo. Se ele quer ser governador da Bahia, ele precisa controlar as variáveis. Até então, foi bem-sucedido nisso, afastando as pessoas da família que poderiam atrapalha...