Oi, gente! peço desculpas pelo atraso, aqui está o capítulo. É basicamente um pré-"o que vai acontecer"... que vai rolar no próximo capítulo... e não direi mais nada.
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Maria Inês dormia e acordava tocando na própria barriga, agradecendo silenciosamente a Deus pelo bebê que esperava em seu ventre estar vivo.
Com tanto estresse, tanta dor... E a criança estava ali viva, lutando, da mesma forma como ela lutou nos dias de cativeiro.
Quando Zaqueu terminou os exames e explicou que a jovem estava grávida, finalmente dando um nome as náuseas e desconforto que Maria Inês estava sentindo recentemente, foi como se finalmente suas dúvidas e dilemas ganhassem verbo. Substantivo. Estava grávida, e fazia todo o sentido, em uma perspectiva racional. Ela e Edmundo faziam sexo regularmente, e nem sempre usavam camisinha. Ela também usava controle anticoncepcional, mas tinha certeza de que esquecia em algum momento de tomar o comprimido – uma ou outra vez aproveitava as reuniões na governadoria para fazê-lo.
A verdade sobre sua atual condição significava mais do que apenas o fato de que estava grávida, de que carregava um filho, que as crianças teriam outro irmão. Maria Inês se lembrou que aquela criança era filha de Edmundo, do homem por quem ela era apaixonada, cujos sentimentos ela não tinha revelado ainda, e que ela não sabia qual seria a reação do marido. Uma coisa eram os gêmeos, o relacionamento que ele tinha com os pequenos, a aproximação lenta mas profunda que teve com Rafael e Maria Rosa. Mas, quanto ao bebê, muito raramente Edmundo havia falado algo sobre a possibilidade de ter filhos com ela. Porém, Maria Inês lembrou certa feita, quando as crianças perguntaram de onde vinham os bebês, que o próprio Edmundo considerou que se fossem para ter filhos, seria algo a ser decidido por ela.
Contudo, ele disse algo mais direto, em meio aos seus diálogos em que mudava de assunto rotineiramente para que ela não o questionasse, e aquilo ficou em sua mente.
"Não quero ter outros filhos se você não for a mãe deles."
Sorriu para si mesma, ainda tocando na barriga. Ele não ficaria surpreso, não teria nenhuma reação adversa.
Mas por que ela estava pensando assim? Não poderia desconfiar da reação de seu marido! Ela confiava em Edmundo, confiava que ele teria uma reação positiva, mas com sua natural preocupação. A pedagoga era consciente de que no íntimo, Edmundo temia não ser um bom pai por conta dos exemplos que teve em casa.
"Como se ele não fosse o melhor pai do mundo para as crianças..."
Contava que Edmundo soubesse de sua gravidez por ela, mas não ficou surpresa pelo secretário de saúde ter revelado ao governador antes.
Tanto que a reação do marido foi o que ela esperava. A calma, a preocupação, até porque foi uma revelação vinda em um momento inesperado. Era para ser em um momento de alegria, mas foi o alívio em meio a maior de todas as tensões, não apenas no governo de seu marido, como também na vida deles.
Maria Inês e o bebê poderiam não estar vivos naquele instante, ou a criança poderia ter morrido, e não conseguiria se olhar no espelho caso aquilo tivesse ocorrido.
A culpa não era dela... Mas se ela soubesse antes? Se tivesse feito o exame dias antes da fatídica ligação para Zaqueu?
Também era consciente das cicatrizes no rosto, dos pontos costurados, da possibilidade de ficar com uma marca visível na bochecha. Não importava para Maria Inês. Estava viva, seu bebê protegido, estava com o marido e os filhos.
As crianças, aliás, eram pura empolgação e alegria com o retorno da mãe. Mas era importante contar aos gêmeos sobre o novo irmãozinho.
- Oi, mamãe!

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Controle
RomanceControle é tudo que Edmundo Camilo conhece e sabe, a fim de que se mantenha no topo. Se ele quer ser governador da Bahia, ele precisa controlar as variáveis. Até então, foi bem-sucedido nisso, afastando as pessoas da família que poderiam atrapalha...