Ascendência - NaruHina

Capítulo 32

                                ~•~

— Eu não posso aceitar isso! — Naruto esbravejou esfregando as mãos no rosto com força.

A reação dele era, no mínimo, a esperada de alguém tão explosivo. Mas ainda sim não era nada fácil de lidar.
— Naruto-kun, é como a srt Ino disse…—
Tentou aplacar a fúria dele usando um tom de voz calmo e baixo, alguns passos pequenos foram dados na direção dele também.
— Não há muito que possamos fazer a respeito sem correr riscos. —

Naruto correspondeu a aproximação, colocou-se o mais próximo que poderia sem tocá-la.
— Não acredito que quando eu finalmente tenho minha Hyuga, não posso desfrutar dessa bênção. — Prendeu a respiração, daquela distância o cheiro de lilases que Hinata exalava invadiria em cheio suas narinas, e, deste modo, seria difícil evitar pôr as mãos sobre ela.

— Bem, Vossa Alteza é um conhecedor melhor da dinâmica de como funciona deitar-se com uma mulher. — disse claramente, tentando esconder a vergonha de falar sobre o assunto.
— Já deve ter lhe acontecido algo parecido. — Passou as mãos nervosamente sobre as dobras de seu vestidinho azul, não sabia se estava desconfortável com o tema geral da conversa ou em pensar no príncipe fazendo “algo parecido” com outras.

— Eu sempre tomei bastante cuidado com isso. — Afinal, a ideia de ter um bastardo não estava em nenhum de seus planos de vida.
— Mas você me deixa tão tonto que esqueço tudo de importante. — declarou em tom de confissão, tudo que saia de sua boca em direção à Hyūga parecia com isso nos últimos tempos.

— Não é minha culpa! — Cruzou os braços na frente do corpo em posição de defesa.

— Claro que é! — Mais uma vez aquela veia de irritação começava a pulsar em sua testa. Será que Hinata não conseguia ver o óbvio ou ele estava muito louco?
— Fazendo seus joguinhos para entrar na minha cabeça, você é um perigo maior do que eu achei. — As coisas que ele faria por aquela mulher, para tê-la em seus braços novamente…a mera pretensão disso o assustava

— Agora é assim? — Ergueu uma sobrancelha bem no alto e colocou sua melhor expressão de indignação no rosto.
— Eu seduzi o pobre príncipe para meus propósitos nefastos? — Olhou-o nos olhos, como quase nunca fazia, geralmente tinha medo de queimar-se no fogo azul que sempre brilhava ali, mas agora enfrentaria a possibilidade de cabeça erguida.
— Eu só queria ter um pouco mais de liberdade, talvez até ser bem tratada por você! — Falou em alto e bom tom, alguém até poderia dizer que estava levantando a voz para o todo poderoso príncipe Uzumaki. — Não acho que seja nada muito ambicioso ou maquiavélico. —

— Hinata… —

Seu primeiro nome saiu dos lábios dele como um sussurro, apenas esse leve gesto quase a fez desmontar sua postura ríspida.
Os efeitos que aquele homem poderia alcançar com tão pouco, isso sim era perigoso.

Mas, ao invés de se aproximar e se aproveitar de quando poder exercia meramente respirando, ele recuou como animal ferido.

— Foi por isso que se entregou a mim? — Seu rosto fugiu dos olhos de Hinata, virando-se de lado, deixando que somente seu perfil fosse visto entre as sombras do quarto.

A pergunta a pegou de surpresa, quase engasgou-se com o ar no mesmo momento. — O que? —

— Era nisso que estava pensando? — A voz que geralmente era rouca, sedutora e enérgica, agora  parecia decepcionada, quase magoada.
— Que eu te trataria melhor se fosse finalmente minha? —

— Estou errada? — As palavras sairiam de sua boca quase automaticamente, no futuro certamente se arrependeria por não ter um freio na língua melhor.