Capítulo 33

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                                 ~•~

Pela manhã, quando acordou, ainda não conseguia ver o príncipe Naruto em parte alguma. Não levou muito de seu raciocínio perceberia que ele tinha dormido em algum
outro lugar. E, como sua mente gostava de lhe atormentar, o pensamento de que talvez ele tivesse ido dormir com outra pessoa lhe ocorreu em seguida. 
Com o raiar do dia, se estivesse com humor para tal, ele teria ido diretamente resolver suas obrigações oficiais.
Ao menos essa era sua teoria geral.

“Droga, Hinata!”

Bem, por enquanto não tinha muitas opções além de lamentar pelo rumo que as coisas tomaram ou levantar e fazer algo com o dia que nascia.
Retirou a camisola, peça esta que ainda tinha colocado com esperança de que, se Naruto tivesse voltado à noite, fosse seduzido por ela e esquecesse sua raiva, ou qualquer coisa desse tipo. Aparentemente escutar tão atentamente os conselhos de Ino estava transformando-a em uma sem vergonha manipuladora.
Colocou no lugar das vestes de dormir algo que fosse mais apresentável e decente. Tirou a aparência de sono do rosto com água de ervas e penteou os cabelos para desembaraçar e alinhar.
A visão no espelho a fez suspirar, não havia modo de que sua cara pálida e sem graça tivesse tanto efeito sobre Naruto como ele dizia, mas não questionaria os gostos do Uzumaki no momento.
Agora, mesmo com uma aparência mais digna e a mente menos nublada, ainda não tinha ideia  do que fazer para consertar o que nem ao menos sabia como havia quebrado.

Se reclamava e se rebelava? Naruto se enfurecia.
Se ficava calada e obediente? Também se irritava.
Se não se entregava a ele? O homem ficava possesso por mil demônios.
Se cedia e deitava-se com ele? O maldito príncipe procurava outra razão para cólera.
Sinceramente, em toda sua vida não encontrava ocasião que fosse mais confusa do que tentar agradar Naruto Uzumaki.
O que importava a ele os motivos pelos quais foram para a cama?
Oras, o resultado continuava o mesmo de qualquer forma, não continuava?

“Maldito seja Naruto!
Maldito seja!”

Decidindo não praguejar o nome dele pelo resto do dia, calçou seus sapatos e rumou para fora daquele quarto novamente. A liberdade para fazer isso lhe fazia muito feliz apesar de tudo, não estava mais confinada àquelas quatro paredes como antes.

— Bom dia, srt Hinata. —

Duas vozes, não uma, como era de costume, lhe saudaram assim que pôs os pés para fora.

— Shino! Kiba! — Exclamou contente ao ver os rostos conhecidos de “seus” guardas. — Bom dia! —

— Vai á algum lugar? —
O inuzuka, como sempre, foi o primeiro dos dois a falar.

— Pretendo aproveitar a manhã para passear pelos jardins. — Sua ideia não estava vazia de pretensão, procurava encontrar alguém em especial por lá. Mas não seria necessário que eles soubessem disto.

— Eu a acompanharei. —
Dessa vez foi o Aburame a se manifestar com suas poucas, mas sempre diretas, palavras.

— Não é necessário, Shino. — respondeu gentilmente. Aqueles dois rapazes faziam parte do seleto grupo de pessoas que a deixavam minimamente confortável naquele palácio. — Tenho permissão do príncipe Naruto para ir onde quiser dentro dos muros livremente. —

— Tem certeza disso, srt? — Kiba indagou enquanto batia levemente o cabo de sua lança no chão de pedra. — Sua Alteza colocou nós dois para proteger a porta de seus aposentos, isso não acontece com frequência. —

— Colocou? Bem…—
Uma parte de sua mente queria acreditar que tinha sido apenas um cuidado redobrado por deixá-la sozinha, a outra parte racionalizava que era apenas Naruto com medo de que ela fugisse enquanto ele estava fora. 
— Então façam tudo como ele lhes disse, não quero causar problemas novamente.— O antigo incidente com o regente ainda estava vívido em sua mente.

— Tudo bem, Shino. — Kiba se colocou novamente na posição impenetrável de guarda com as costas coladas na parede.
— Vá com ela. —

O Aburame concordou e a seguiu de perto quando começou a andar.
O caminho não foi muito longo nem muito difícil, estava se habituando bem a geografia dos corredores por todo o tempo em que estava “morando” no palácio, além de que ela não era estranha a circular por grandes salões.
Respirando o ar perfumado de flores dos jardins, liberou Shino de sua tarefa de escolta e dirigiu seus passos determinadamente para o pequeno coreto de mármore branco onde havia encontrado a lady Haruno da última vez. Mesmo horário, mesmo local. Se estivesse com sorte sua empreitada teria sucesso.
Tentou não ser seduzida pelas belezas dos arranjos florais e das árvores frutíferas ao seu redor, nem cair no instinto de correr em uma direção aleatória para se afastar daquela corte problemática, embora soubesse que os jardins deveriam estar cercados por muros altos como era na nação Hyūga. No fim, não teve tempo para pensar fazer isso ou recordar muito de casa, logo viu Sakura Haruno acenando com uma mão para ela a distância.

— Obrigada, Kami!. —

Caminhou, ou melhor, deu uma pequena corridinha atrapalhada na direção da mulher rosada. Sua expressão deveria estar bem distorcida porque quando estava bem perto podia ver a Haruno largando o bordado da mão e abrindo os braços como se estivesse pronta para recebê-la.

— Eu…— Arfou com dificuldade pelo esforço físico de correr. — Preciso de ajuda. —

Depois disso, derramou sobre a, gostava de pensar que sim, amiga, toda a situação terrível com Naruto tentando evitar soluços chorosos que estavam engasgados na garganta.

— Ah Hinata, então você não sabe? — Os olhos verdes da Haruno estavam cheios de pena e compreensão. Aflitos.

— Não sei do que? —
“Tirando tudo que não me contam e nem fazem questão que eu saiba.”

— Shion…ela fez isso a Naruto. —

“Shion, Shion, Shion”
Sempre esse maldito nome lhe causando problemas. Era mais que um fantasma do passado, era uma assombração real que ainda afetava o presente.

— Ela… — As mãos da Haruno saíram do próprio colo para se entrelaçar com as de Hinata com firmeza. Um toque que passava segurança.
— o fez ter sentimentos reais.—

— Sentimentos reais? — Os únicos sentimentos que Naruto parecia capaz de ter eram raiva extrema e desejo furioso. Qualquer coisa mais complexa não combinava com a personalidade dele.

— É uma relação como qualquer outra onde sentimentos de amor e paixão podem florescer. —

— Então ele a amou… — Naruto amando. Bem, isso explicaria a obsessão dele e de todos com tudo que lembrava essa mulher.

— Sim, ou algo muito próximo disso. —
As lembranças de como o príncipe ficara enlouquecido ainda estavam fresca em sua mente e na de toda a corte, por isso a apreensão intensa a respeito de Hinata, a única aceita para ocupar essa posição novamente.
— Mas no fim, quando ela decidiu ir embora, fez questão de esfregar na cara de Naruto que só se deitava com ele para aproveitar o luxo que ser favorita do príncipe lhe proporcionava. —

— Então foi assim que ele me interpretou…eu não fazia ideia…—  Agora que tinha noção da situação toda, parecia óbvia a explosão do Uzumaki.

— Ela o descartou, descartou a paixão de Naruto por ela e partiu deixando a impressão de que tudo havia sido apenas por dinheiro e conforto.  —  Não que esse fosse um crime grave, mas atingiu profundo a auto imagem de Naruto de forma quase irremediável.
— Acho que entende a razão pela qual  ele não lida bem com isso…. Ele não quer ter os sentimentos descartados novamente. —

“Naruto…o príncipe…acha que tem sentimentos por mim?”

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Será que esse homem completamente obcecada por você, com quem você trocou cartas fofas e beijos tem sentimentos por ti? Hinata...

Perdão pelo sumiço, im sorry 🥹🫶🏽

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⏰ Última atualização: Aug 31 ⏰

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