03 - Detenção

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A caminhada de volta ao castelo foi tensa, com Mattheo claramente de mal humor pelo ocorrido. A reprimenda de Minerva havia nos lembrado das regras de Hogwarts, mas parecia ter afetado Mattheo mais profundamente, talvez por orgulho ou simples irritação pelas circunstâncias. Embora a perspectiva da detenção com Hagrid não parecesse terrivelmente severa, o peso de nossas ações e suas consequências estava começando a se manifestar, especialmente em Mattheo, cuja expressão carregava uma tempestade prestes a estourar.

- Detenção com Hagrid - Mattheo resmungou enquanto avançávamos em direção ao castelo, sua irritação palpável. - Como se não tivéssemos coisas melhores para fazer do que limpar a bagunça de criaturas ou o que quer que ele planeje para nós.

- Vai, Mattheo, não é tão ruim. - Theo tentou aliviar o clima. Mas Mattheo apenas bufou, claramente não no humor para buscar o lado positivo da situação.

- Estupidez - ele murmurou. - Tudo isso é estupidez. E a culpa é dessa filha de assassino, que trouxe aquela merda de criatura pra nós! - Mattheo me empurrou fazendo com que eu sentisse a parede em minhas costas.

- De qualquer forma, ela atraindo ou não, estamos no mesmo castigo. - repreendeu Theo

- Qual foi, vai ficar do lado dela agora Theodore? - A raiva de Mattheo era compreensível, mas me deixou um tanto zangada.

- Ah me desculpe filho de Voldemort, quem sabe da próxima vez eu deixe você apodrecer igual o seu pai! - Mattheo me olhou e tentou avançar para cima de mim enquanto Theo segurava ele gritando um "Já chega"

Mattheo empurrou Theo e apenas me encarou e voltou a caminhar, a frustração em cada passo era ridículo.

- Tente não citar novamente ou lembrar que ele é filho de Voldemort, tenho certeza que você não iria gostar também de ser chamada de filha do assassino da irmã de Dumbledore. - Theodore me olhou e se afastou indo na mesma direção de Mattheo.

- Babacas - murmurei indo em direção ao dormitório feminino da sonserina.

O calor das tochas nas paredes oferecia um pequeno conforto contra o resfriado da noite. Ao me deitar, pensei na detenção que viria e no que aprenderíamos com ela. Apesar do mau humor de Mattheo, algo me dizia que, ele não parecia tão assustado quando eu falei da criatura a ele pela primeira vez naquela momento na floresta.

[ ... ]

A manhã após nossa terrível descoberta foi envolta em uma atmosfera pesada, como se as paredes de Hogwarts compartilhassem nosso luto e choque. Os corredores, normalmente cheios do burburinho de alunos ansiosos por mais um dia de aprendizado, estavam estranhamente silenciosos, como se todos sentissem a sombra que agora pairava sobre nós. Durante o café da manhã, as conversas eram sussurradas, os olhares trocados carregavam preocupação e medo. Não havia fome em nossa mesa, apenas um silêncio perturbador enquanto todos processavam os eventos da noite anterior.

Incapaz de me concentrar nas aulas da manhã, minha mente vagava, tentando juntar as peças do quebra-cabeça, buscando alguma lógica em um ato tão brutal e sem sentido. A curiosidade e a necessidade de entender e, talvez, prevenir que acontecesse novamente, me consumiam. Foi essa necessidade que me levou à Biblioteca de Hogwarts no início da tarde, na esperança de encontrar Hermione Granger.

Hermione era conhecida por seu intelecto brilhante e por passar mais tempo entre os livros do que qualquer outro aluno que eu conhecia. Se havia alguém capaz de me ajudar a desvendar o mistério, ou pelo menos apontar para onde olhar, seria ela. Encontrá-la não foi difícil, como esperado, estava rodeada por pilhas de livros, mergulhada em estudos.

Hesitei antes de me aproximar. Nós nunca tivemos muita proximidade, muito por conta das divisões tradicionais de Hogwarts que nos colocavam em casas rivais, eu, uma Sonserina, e ela, uma Grifinória. No entanto, a gravidade da situação exigia que ultrapassássemos tais barreiras.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora