35 - Início do inferno

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Eu terminava de arrumar as malas na calada da madrugada, meu coração pesado enquanto lançava um último olhar ao dormitório. Já no corredor, deparei-me com Theodore me esperando, de braços cruzados e um pirulito na boca, sua expressão séria, limpei a garganta, surpresa.

- Theodore, o que você está fazendo aqui essa hora? - Perguntei nervosa e ele não mexeu um músculo até então.

- Por que você está de mala? - Ele perguntou colocando as mãos no bolso. Antes que eu pudesse responder, Mattheo e Draco se juntaram a nós, ambos com expressões de desaprovação. Forcei um sorriso, nervosa.

- Ah, eu estava indo para Hogsmeade. - Menti, e foi a primeira vez que menti tão mal na minha vida. Mattheo soltou uma risada seca e sarcástica.

- Para Hogsmeade com uma mala de viagem e na madrugada? Isso é novo. - Ele disse.

- Anya, isso não é uma escapada casual. O que está acontecendo? - Draco disse olhando para mim, ainda incrédulo.

- Eu preciso ver meus avós. Eles sabem mais sobre Gilbert Grindelwald. - Falei sendo sincera já que seria difícil enganar eles. Com um aceno de varinha teatral, Mattheo fez com que malas aparecessem ao lado de Theodore e Draco.

- Bem, então nós vamos com você. - Mattheo disse acendendo um cigarro.

- Não, vão não. - Protestei, e ele riu novamente, cheio de ironia.

- Não precisamos da sua permissão Grindelwald, além disso, tarde demais, já estamos preparados. - Ele disse. Astoria e Pansy surgiram de repente, prontas para partir.

- Nós também vamos, - anunciou Astoria com um sorriso determinado.

- Ótimo, mais a merrier, - Mattheo respondeu, seu sarcasmo agora misturado com um leve entusiasmo.

Foi então que Lorenzo apareceu, se juntando ao grupo. Theodore deu um aceno e um sorriso.

- Parecemos um grupo de adolescentes indo para a morte. - Draco disse olhando para todos nós, uma expressão meio séria.

- Se isso for realmente nossa última aventura juntos, pelo menos espero que façam uma estátua em nossa homenagem. Talvez nos corredores da escola, com uma placa dizendo: 'Aqui jazem os tolos que pensaram que poderiam mudar o mundo'. - Theodore disse diante do grupo reunido no corredor, e Mattheo riu revirando os olhos.

- Se for para ter uma estátua, espero que pelo menos capturem meu melhor ângulo. Não quero passar a eternidade com uma cara de quem viu um fantasma. - Mattheo, com um sorriso irônico, respondeu ao comentário de Theodore.

Eu cruzei os braços, tentando esconder o tremor de incerteza sob minha determinação.

- Eu não quero que vocês venham comigo, - murmurei, tentando manter minha voz firme.

- Bem, Anya, a última vez que chequei, não precisávamos da sua permissão. Estamos nessa juntos, quer você queira ou não. - Mattheo disse um sorriso sarcástico, e apenas deu de ombros.

- Todos aqui sabem dos riscos, e concordamos. - Astoria interveio.

- Tecnicamente, fui meio que obrigado pelo Mattheo a vir, mas sim, estou aqui para correr o risco. - Draco disse encostado na parede com uma expressão resignada, e Theodore cruzou os braços e assentiu.

- Não vai ter um 'não', Anya. Nós vamos e ponto final. - Ele disse e eu soltei um suspiro frustrado, olhando para os rostos deles.

- Por que vocês têm que ser tão teimosos? - perguntei, meio retoricamente, meio desafiadora, e Pansy, que até então observava a cena com um sorriso divertido, riu.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora