33 - sessão reservada

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Naquela madrugada fria e silenciosa, eu me encontrava na biblioteca de Hogwarts com Theodore, Draco e Mattheo. Mattheo, desistindo da luta contra o sono, havia sucumbido sobre a mesa, sua respiração pesada ecoando no silêncio do ambiente. Enquanto isso, Draco folheava um livro atrás do outro com crescente frustração, e eu lutava para manter meus olhos abertos, minha cabeça balançando perigosamente à beira do sono.

Draco fechou mais um livro com um suspiro ressonante, interrompendo a quietude da noite.

- Temos que ser realistas, - ele disse, o tom de voz denotando seu cansaço, - não há nada aqui que fale sobre Grindelwald. -

- Pelo menos não nesta parte da biblioteca. - Theodore acrescentou, que surpreendentemente ainda parecia o mais alerta de nós, assentiu com compreensão.

A sugestão de Theodore fez Draco franzir o cenho em desaprovação.

- Não, nem ferrado, nem se me obrigassem a andar com o Potter eu iria na sessão reservada. - A curiosidade foi despertada em mim, que até então permanecia mais como observadora.

- O que tem na sessão reservada? - eu perguntei.

- É onde ficam os livros proibidos, - Ele murmurou, sem nenhum entusiasmo. A resposta veio de Mattheo, a voz abafada mal saiu de sua boca escondida entre os braços e livros.

- Eu nunca ouvi falar sobre isso, - disse eu, genuinamente surpresa.

- Claro que você nunca ouviu falar, você só anda pelos corredores para estudar. - Mattheo levantou a cabeça, seu tom carregado de ironia. Eu revirei os olhos em resposta à provocação.

No entanto, a tensão rapidamente escalou quando Draco, talvez irritado ou simplesmente cansado, deu um tapa na cabeça de Mattheo. Mattheo levantou com um salto, agarrando o colarinho de Draco com raiva.

- Não faça isso de novo, - ele ameaçou, seu rosto a centímetros do de Draco.

- Então não durma. - Draco respondeu com um sarcasmo cortante.

- Quem vai comigo até a sessão reservada? - perguntou Theodore, olhando ao redor.

Draco fingiu estar absorto em um livro, claramente tentando se eximir da proposta, enquanto Mattheo voltava a esconder o rosto entre os braços e os livros. Eu suspirei, meio exasperada.

- Como vocês são medrosos, - comentei, provocando eles um pouco.

- Não é medo, é cansaço, - murmurou Mattheo, a voz ainda abafada. - Sou um bruxo, não uma coruja.

- Eu vou com você, Theodore. - Falei revirando os olhos.

Theodore assentiu, satisfeito, e se levantou, começando a caminhar em direção à sessão reservada.

- Avisem quando encontrarem um dementador por lá. - Draco falou, sem levantar os olhos do livro, e Mattheo riu, abafado, enquanto Draco começava a organizar os livros que havia revirado.

- Qual o plano? - Perguntei, enquanto Theodore e eu caminhamos pelo corredor silencioso.

Theodore me deu um breve sorriso, uma expressão que misturava determinação e uma ponta de nervosismo.

- Primeiro, precisamos chegar lá sem sermos vistos. Vou usar um feitiço de Desilusão para nos cobrir até entrarmos.

- Mas o que tem de tão perigoso na sessão reservada? - questionei, um arrepio de ansiedade percorrendo minha espinha ao pensar nos rumores que cercavam aqueles livros esquecidos e proibidos.

- Muitos perigos, - admitiu Theodore, sua voz baixa. - Mas vale a pena arriscar. Os conhecimentos guardados ali são inestimáveis, e podem conter exatamente o que precisamos saber sobre Grindelwald, além de outras coisas que nunca imaginaríamos encontrar.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora