24 - Grindelwald

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Após sair da sala de Dumbledore, o coração ainda palpitava forte no meu peito pelo choque do que tinha acabado de testemunhar. O assassinato daquele aluno ecoava em minha mente, como um pesadelo do qual eu não conseguia acordar. Enquanto caminhava pelos corredores de Hogwarts, um sussurro indistinto começou a preencher o ar ao meu redor. Minha cabeça pulsava com uma dor aguda a cada palavra inaudível que tentava entender, me fazendo parar em meus passos.

Foi quando Gina apareceu. Ela surgiu como um farol no meio da tempestade que se formava dentro de mim.

- Você está bem? - sua voz cortou a névoa dos sussurros, que abruptamente se calaram. Eu me forcei a olhar ao redor, ainda sob o efeito da desconfiança, e a encontrei com os olhos cheios de preocupação.

- Estou bem, - menti, tentando sorrir, mas meu sorriso era tão frágil quanto me sentia por dentro.

Gina pareceu não convencida, mas prosseguiu com o que tinha para dizer.

- Mattheo está procurando por você, - disse ela, e a menção do nome dele trouxe um novo peso ao meu coração.

- Onde ele está? - perguntei, a ideia de ver Mattheo trazendo um vislumbre de conforto.

- Ele estava indo para o Três Vassouras, - informou Gina. - Acho que você deveria ir até lá também.

Assentindo, eu sabia que era exatamente o que precisava fazer. Ainda que minha mente estivesse uma bagunça de emoções e mistérios não resolvidos, a possibilidade de encontrar Mattheo e talvez encontrar alguma normalidade naquele caos era tudo que eu desejava.

- Obrigada, Gina, - disse, antes de me apressar pelo corredor, deixando para trás os sussurros silenciados e a dor de cabeça que lentamente começava a se dissipar.

Caminhei em direção ao Três Vassouras, o vento frio de Hogsmeade chicoteando contra o meu rosto, um presságio inquietante do que estava por vir. A cada passo, o pressentimento ruim dentro de mim crescendo, como se uma voz sussurrasse alertas que eu não conseguia entender.

Ao chegar, abri a porta e fui recebida pelo calor acolhedor do pub. O lugar estava cheio, mas não de uma maneira sufocante; havia risadas, conversas, o som de canecas sendo colocadas sobre as mesas. Por um momento, deixei o conforto daquele ambiente me envolver, tentando afastar a sensação de inquietação.

Percorri o local com o olhar, procurando por Mattheo, mas não o encontrei. Decidi então me sentar e esperar. Pedi uma bebida, e enquanto mexia distraidamente no meu copo, percebi que alguém se sentava à minha frente. Levantei o olhar, esperando ver Mattheo, mas era uma velha conhecida, Hannah, uma colega de Hogwarts.

- Anya, você parece preocupada. Tudo bem? - Hannah perguntou, sua expressão carregada de genuína preocupação, e eu forcei um sorriso.

- Estou bem, Hannah, só um pouco cansada, eu acho.

- Mattheo disse que estaria aqui. Ele parecia ansioso para encontrar você. - Ela não parecia totalmente convencida, mas não pressionou.

- É, eu também estou à procura dele. - Tentei parecer casual, mas a verdade era que a ansiedade me roía por dentro.

- Se eu o vir, direi que você está aqui, - ela prometeu, antes de se despedir e voltar para seus amigos.

Sozinha novamente, senti o pressentimento ruim retornar com força total. Meu olhar vagava pela porta a cada novo cliente, esperando, temendo. Então, alguém se aproximou, uma figura que eu não esperava.

- Anya, certo? -  A voz era desconhecida, mas carregava um tom que fez a ansiedade em meu peito se agitar ainda mais. Sim, era eu.

- Posso ajudá-lo? - Minha voz saiu mais firme do que eu me sentia.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora