28 - Contagem regressiva

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Eu estava na biblioteca, perdida entre pilhas de livros antigos, quando Gina apareceu repentinamente. Seu rosto era uma máscara de urgência enquanto ela se aproximava rapidamente.

- Dumbledore quer te ver na sala dele agora, - ela disse, sem preâmbulos.

Meu coração começou a bater descontroladamente. Eu havia roubado um item do escritório de Dumbledore a pedido do meu pai, Grindelwald, e a possibilidade de que ele tivesse descoberto me encheu de um medo intenso.

- Vai ficar tudo bem, - sussurrei para mim mesma, tentando acalmar os nervos enquanto me dirigia para fora da biblioteca. - Você só precisa manter a calma. - Mas a ideia de ser expulsa de Hogwarts, ou pior, a decepção que causaria, era demais para suportar.

Chegando à escada que levava ao escritório do diretor, parei por um momento. Respirei fundo, tentando expulsar o medo que ameaçava me paralisar.

- Você não fez nada de errado, - continuei a me dizer, embora soubesse que não era verdade.

Com a escada começando a girar sob meus pés, subi, cada passo ressoando como um eco em minha mente turbulenta. No topo, vi Dumbledore de costas para mim, olhando serenamente pela janela. Engoli em seco, reunindo toda a coragem que tinha para enfrentar o que estava por vir.

Dumbledore se virou lentamente, seus olhos encontrando os meus com uma calma que contrastava com o tumulto em meu interior.

- Anya, por favor, se aproxime, - disse ele com uma voz suave que de alguma forma me fez sentir um pouco mais à vontade, apesar do medo que me consumia.

- Como você já deve saber, Grindelwald fugiu de Azkaban, - ele começou, e cada palavra parecia ecoar no silêncio do escritório. - E eu também sei que ele entrou em contato com você. - Havia algo nos olhos de Dumbledore que me fez querer desviar o olhar, mas eu resisti. - E que você já falou com ele. Anya, o que Grindelwald quer com você? Paternidade não é exatamente algo que esperaríamos dele.

Eu suspirei, sentindo o peso das perguntas e da situação inteira pressionando contra meu peito.

- Ele... ele quer que eu vá para a casa dele daqui a alguns dias, - confessei, quase num sussurro, e Dumbledore assentiu pensativamente.

- Você sabe de algo mais? - ele perguntou, sua voz não acusatória, mas genuinamente preocupada.

- Não, é só isso, - respondi, tentando manter minha voz firme.

Ele me observou por um momento mais, como se ponderasse minhas palavras. Então, com um leve aceno de cabeça, disse,

- Eu queria mostrar mais uma coisa a você. - Sua expressão era séria, mas em seus olhos havia um brilho de algo que parecia ser uma mistura de tristeza e esperança.

Dumbledore pegou um pequeno frasco e se aproximou da Penseira, despejando o líquido prateado dentro dela. Com um gesto, ele me convidou a me aproximar.

- Mergulhe o rosto, Anya. Você verá algo que Grindelwald provavelmente nunca mencionou a você.

Respirei fundo, tentando conter o nervosismo que ameaçava me dominar. Lentamente, me inclinei sobre a Penseira e mergulhei o rosto nas memórias armazenadas ali.

Imediatamente, um turbilhão de imagens e sons me envolveu. Vi Grindelwald conversando animadamente com um jovem Dumbledore, seus rostos iluminados pelo fervor de suas ideias. As cenas mudaram rapidamente, e observei o momento em que eles selavam um pacto de sangue, um vínculo profundo e sombrio.

Então, a voz de Grindelwald ressoou clara em meio às memórias:

- Espero uma filha, e ela será o futuro do mundo bruxo. Muito em breve, ela irá mudar tudo. Juntos, governaremos e traremos a paz mundial com nossos seguidores.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora