39 - Escolhas.

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Os meses passaram como um borrão. Embora eu tivesse o apoio constante de Theodore, Draco, Astoria e Mattheo, não podia ignorar os olhares pesados e julgadores de alguns alunos em minha direção. Eu e Theodore estávamos namorando há dois meses agora. Ele era um cavalheiro, sempre me apoiava e torcia por mim na conquista do futuro. Mesmo assim, eu me sentia insuficiente, não por estar com ele, mas por causa dos erros do passado.

Astoria não estava tão próxima quanto antes, mas tentava se manter atualizada sobre a minha vida. Mattheo e Draco continuavam a falar comigo normalmente, sempre trazendo um senso de normalidade para os meus dias. No entanto, Lorenzo e Pansy não estavam confortáveis com a minha presença. Pansy, especialmente, passou a falar mal de mim pelas costas, e isso me doía.

A marca do que aconteceu naquele dia na caverna, quando quase machuquei Sirius, ainda era traumatizante para mim. O poder da varinha de Grindelwald dominando minha mente... Eu me lembrava vividamente da sensação de raiva e desejo de vingança que sentira. Nunca me perdoaria por aquilo.

Certa noite, enquanto estávamos na sala comunal, Theodore me puxou para um canto mais isolado.

- Anya, você está bem? Você parece distante. - Ele disse enquanto acariciava as costas da minha mão, eu suspirei, olhando nos olhos dele.

- Theodore, eu só... me sinto culpada. Por tudo. Pelo que aconteceu com Draco, por quase machucar Sirius, por como todos estão agora...- Respondi cabisbaixa. Ele segurou minhas mãos com firmeza.

- Anya, você não é culpada pelo que a varinha fez com você. Foi uma influência mágica poderosa, e você resistiu o máximo que pôde. E olha para mim, - ele levantou meu queixo, ms forçando a encará-lo. - Eu te amo, e acredito em você.

- Eu só espero que um dia eu possa me perdoar. - respondi, e Astoria me abraçou por trás, e eu sorri, sentindo um calor reconfortante no peito.

- Oi, Anya, - ela disse, tentando parecer animada.

- Oi, Astoria. Como você está? - Respondi e ela sorriu.

- Estou bem. E você? - Ela perguntou se colocando ao meu lado.

- Estou tentando. É difícil, mas estou tentando. - Respondi tentando parecer bem, mas me sentia muito triste por dentro, ela assentiu, compreensiva..

- Se precisar de alguma coisa, estou aqui, tá bom? - Ela disse segurando a minha mão.

- Obrigada, - respondi, sinceramente.

No entanto, as coisas eram mais difíceis com Lorenzo e Pansy. Pansy, especialmente, parecia aproveitar cada oportunidade para me depreciar.

- Lá vai a cadela de novo. Aposto que está tramando algo. - Enquanto passávamos no corredor, Pansy murmurou alto o suficiente para que eu ouvisse.

Eu parei, sentindo o sangue ferver, mas Theodore segurou meu braço, me impedindo de responder.

- Não vale a pena, - ele sussurrou.

No fundo, eu sabia que ele estava certo. Mas a dor de ser vista como um monstro por alguns ainda era aguda. Eu só podia esperar que, com o tempo, pudesse provar que era mais do que os erros. Contudo, Astoria parecia estar mais distante e pensativa do que o normal.

- Anya, você já notou algo estranho no comportamento de Theodore e Mattheo ultimamente? - Astoria me puxou de lado e sussurrou.

- Estranho como? - Eu franzi a testa, confusa.

- Não sei explicar bem, mas parece que eles estão escondendo algo. Tenho um pressentimento ruim sobre isso. - Ela disse.

- Astoria, Theodore e Mattheo têm sido meus maiores apoiadores. O que você acha que poderia estar acontecendo? - Perguntei enquanto andávamos.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora