37 - Perto da morte

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Enquanto os seguidores de meu pai terminavam os preparativos do ritual, eu tentava fazer força para me soltar das cordas que me prendiam. Sentada no chão frio da caverna, minha mente fervilhava com planos de fuga. Meu pai estava ocupado, conversando com alguns de seus seguidores sobre algo importante.

A oportunidade surgiu quando meus olhos captaram um pequeno caco de vidro não muito longe de mim. Sentindo a urgência da situação, me estiquei um pouco para alcançá-lo. No mesmo instante, Grindelwald se virou e olhou diretamente para mim. Eu congelei, tentando não parecer suspeita.

- Você não pode escapar, Anya. É melhor se conformar com seu destino. - Ele disse e olhou para mim com desdém.

O ódio queimava em meus olhos enquanto eu olhava de volta para ele, mas fiquei imóvel, esperando que ele voltasse a se concentrar na conversa com seus seguidores. Assim que ele desviou o olhar, voltei a estender a mão para o caco de vidro, e dessa vez, consegui pegá-lo.

Com o vidro em mãos, comecei a fazer atrito contra as cordas que prendiam meus pulsos atrás das costas. Era um trabalho lento e difícil, mas eu me recusava a desistir. Cada segundo contava, e eu sabia que não poderia cometer um erro.

O som das conversas dos seguidores de meu pai ecoava pela caverna. Eles falavam em voz baixa, mas eu conseguia captar partes do diálogo. Parecia que estavam discutindo sobre os próximos passos do plano, mas eu precisava me concentrar em me libertar.

Continuei esfregando o caco de vidro contra as cordas, sentindo o atrito começando a desgastá-las. Meu coração batia mais rápido a cada atrito do caco. O medo e a adrenalina me impulsionavam, e eu sabia que essa poderia ser minha única chance.

De repente, as cordas começaram a afrouxar. Eu respirei fundo, mantendo o movimento constante e controlado. Não podia chamar a atenção de meu pai ou de seus seguidores.

Finalmente, senti as cordas cedendo e meus pulsos se libertaram. Segurei o caco de vidro na mão, escondendo ele o melhor que pude. Precisava agir com cuidado, mas também rapidamente. Qualquer erro poderia ser fatal.

Meu pai se aproximou novamente, aparentemente satisfeito com a preparação do ritual.

- Está quase na hora, - disse ele, com um sorriso cruel nos lábios.

Eu mantive minhas mãos escondidas atrás de mim, tentando parecer ainda presa enquanto minha mente corria com pensamentos de como atacar. Tinha que ser preciso e rápido. Olhei ao redor, avaliando a situação e esperando o momento certo para agir.

Com minhas mãos finalmente livres, segurei o caco de vidro com força. Quando Grindelwald se aproximou mais uma vez, com um sorriso satisfeito no rosto, vi minha oportunidade. Olhei nos olhos dele, o ódio queimando dentro de mim.

- Claro, pai, - comecei, a voz firme. - Eu irei. Mas você vai primeiro pro inferno! Expelliarmus! - Lancei com toda a minha força. A varinha de meu pai voou de sua mão, e os seguidores ao redor entraram em alerta.

Sem perder tempo, corri na direção oposta, me afastando deles. Feitiços voaram ao meu redor, mas continuei correndo, meus pés mal tocando o chão úmido da caverna. O som dos feitiços ecoava pelas paredes, aumentando a sensação de urgência.

- Ali! Peguem ela! - um dos seguidores gritou.

Eu continuei correndo, meu coração batendo forte no peito. As vozes dos seguidores de Grindelwald ecoavam cada vez mais perto, mas eu não podia parar. Entrei ainda mais fundo na caverna, tropeçando em pedras e raízes, lutando para me manter em pé.

- Rápido! Não a deixem escapar! - ouvi meu pai gritar, a raiva era clara em sua voz. Os feitiços zumbiam ao meu redor, iluminando brevemente a escuridão da caverna. Sentia o suor escorrendo pelo meu rosto, mas continuei correndo, cada passo me afastando mais deles.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora