23 - Nova vítima

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Saímos da festa nas masmorras, a risada contagiante de Fred e George ainda ressoava pelos corredores sombrios de Hogwarts. Regulus andava ao meu lado, com um sorriso meio cético, meio divertido, observando os gêmeos compartilharem suas aventuras.

- você tinha que ver, Anya, - começou Fred, enxugando uma lágrima de tanto rir. - George decidiu que seria uma boa ideia trocar as bebidas de alguns Slytherins por suco de abóbora!

- E não foi só isso, nós colocamos um pouco de pó de soluço no suco. Você devia ter visto a cara deles! - George, mal conseguindo se conter, completou.

Nós quatro ríamos enquanto caminhávamos, os ecos de nossa alegria preenchendo o ar noturno. Regulus, sempre mais contido, sorria de um jeito que mostrava que, no fundo, ele também se divertia com as travessuras dos gêmeos.

Mas então, de repente, Regulus parou. Ele ficou imóvel, seu rosto perdendo toda a cor em segundos. Fred, George e eu paramos também, confusos, até que nossos olhares seguiram a direção do olhar dele.

Diante de nós, iluminado pelo bruxulear distante de tochas mágicas, jazia o corpo sem vida de uma aluna. A escuridão parecia engolir todo o calor que sentíamos momentos antes. Nossos risos morreram em nossas gargantas, substituídos por um silêncio pesado e frio.

Fred foi o primeiro a quebrar o silêncio, sua voz uma sombra do entusiasmo anterior.

- Isso é... isso não pode ser real. - Ele disse.

- Quem... quem faria uma coisa dessas? - George falou ao seu lado, não conseguia tirar os olhos do corpo. Olhei para Regulus, buscando alguma resposta, alguma reação, mas ele parecia tão perdido quanto nós. Ninguém esperava terminar a noite assim. O que era para ser uma recordação de risadas e diversão agora seria manchado pela visão diante de nós.

- Vamos precisar avisar a professora McGonagall, - murmurei, minha própria voz soando estranha aos meus ouvidos. - Ela vai saber o que fazer.

Fred e George assentiram, sua habitual vivacidade agora completamente extinta. Juntos, mas cada um perdido em seus próprios pensamentos sombrios, voltamos pelo caminho que havíamos vindo, deixando para trás a escuridão e o silêncio que agora pareciam consumir os corredores de Hogwarts.

Nenhum de nós falava enquanto voltávamos para buscar ajuda. O corredor, antes um caminho de risadas e memórias felizes, agora parecia um labirinto de sombras e medos. Eu podia sentir o peso do silêncio entre nós, um silêncio que dizia mais do que qualquer palavra poderia expressar.

Ao chegarmos perto do gabinete da Professora McGonagall, Regulus acelerou o passo, tomando a frente. Ele bateu na porta com urgência, uma, duas, três vezes. Demorou um momento, mas finalmente a porta se abriu, revelando uma McGonagall com expressão de preocupação, vestindo seu roupão e segurando sua varinha.

- O que aconteceu? Por que vocês estão aqui a esta hora? - ela perguntou, sua voz cortando o silêncio como uma lâmina.

- Professora, - Regulus começou, hesitante. - Encontramos um corpo. Uma aluna... ela está... ela está morta, no corredor que leva às masmorras.

A preocupação no rosto de McGonagall se transformou em choque, e então em uma determinação férrea.

- Mostrem-me onde, - ela disse, saindo à frente, com a varinha em mãos, pronta para enfrentar o que fosse necessário.

Nós a seguimos em silêncio, nossos passos ecoando pelo corredor vazio. Quando chegamos ao local, McGonagall parou abruptamente, seus olhos analisando a cena diante dela. Sem dizer uma palavra, ela se ajoelhou ao lado do corpo, sua varinha iluminando a cena, buscando por pistas, por qualquer coisa que pudesse explicar o que havia acontecido.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora