16 - Curiosidade e Perigo

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Meus pensamentos estavam em um turbilhão enquanto eu caminhava pelos corredores de Hogwarts. A conversa entre Snape e Regulus ecoava em minha mente, e uma parte de mim queria correr até Hermione e contar tudo, na esperança de que juntas, poderíamos fazer algo. Mas as palavras de Theodore na noite anterior me seguraram; ele havia me alertado sobre os perigos de me aproximar demais da Armada de Dumbledore e como isso parecia coincidir com os ataques que aconteciam. Com essa preocupação me pesando, decidi que precisava investigar o quarto andar por conta própria, embora não tivesse a menor ideia de por onde começar.

- Eu preciso ir ao quarto andar então... - Murmurei pra mim mesma. Perdida em meus pensamentos, não percebi que falava sozinha até que a voz de Fred Weasley me tirou da minha introspecção.

- O que você quer fazer no quarto andar, Anya? - George, ao seu lado, olhava para mim com uma expressão igualmente curiosa.

Pego de surpresa e sem ter uma história pronta, minha mente girou freneticamente por uma desculpa.

- Ah, não é o quarto andar -  respondi, tentando soar casual e confiante. - Eu estava falando sobre a quarta visita ao Draco na enfermaria. Você sabe, ele ainda está fazendo drama por causa daquele arranhão.

Fred e George trocaram olhares, uma faísca travessa brilhando em seus olhos.

- Ah, Draco e seus dramas - disse Fred, uma risada maliciosa escapando dele. - Acho que ele gosta da atenção que recebe na enfermaria. Talvez devesse começar a levar flores para ele, Anya.

George acenou com a cabeça, entrando na brincadeira.

- Sim, e um cartão dizendo 'Melhore logo, sua donzela em perigo'. - Eles riram juntos, e eu não pude deixar de soltar uma risada nervosa, aliviada por eles terem comprado a desculpa.

- Vocês dois são terríveis - consegui dizer entre risadas, ainda que o nervosismo estivesse presente na minha voz. - Melhor eu ir antes que vocês comecem a espalhar rumores de que estou namorando o Draco.

Despedindo-me rapidamente, continuei meu caminho, grata por ter desviado a atenção dos gêmeos. No entanto, a preocupação e a curiosidade sobre o que poderia estar acontecendo no quarto andar não me deixaram.

Fred e George, ainda com aqueles sorrisos travessos estampados nos rostos, decidiram me acompanhar até a enfermaria. Fred, com um tom dramático, estendeu o braço em direção à porta da enfermaria e anunciou,

- Permita-nos acompanhar a senhorita até seu amado. Sabe, estamos realmente emocionados com o seu namoro com Theodore. - Fred disse.

- Sim, sim. E se precisar, somos ótimos em organizar eventos. A cerimônia de casamento de vocês dois será inesquecível com a gente no comando. - George, sem perder a oportunidade, acrescentou.

- Ah, claro. Imagino que sim. Vai ser... uma cerimônia explosiva, sem dúvida, com vocês dois planejando. - Respondi tentando manter a compostura, eu forcei uma risada. 

- É tão bom ver nossos pequenos sonserinos crescendo e formando suas próprias teias de intrigas amorosas. - Fred disse fingindo limpar uma lágrima de emoção.

- Então, Anya, agora que você é uma atacante no campo amoroso, Draco também está no jogo? Você está jogando pelos dois lados? - George continuou, então deu um passo à frente, olhando para mim com um brilho zombeteiro nos olhos. Minha risada nervosa ficou ainda mais evidente com essa pergunta.

- Oh, claro que sim - brinquei, tentando acompanhar o humor deles e desviar do assunto. - Vocês sabem como é... A vida de uma sonserina é cheia de... ah, múltiplas possibilidades.

- Ela é uma estrategista - Fred assentiu com seriedade fingida. - Usando seu charme para unir as casas... ou ao menos os corações dentro delas.

- Realmente impressionante - George concordou, antes de dar um tapinha nas minhas costas. - Bem, nós te deixaremos então. Lembre-se, se precisar de planejadores de casamento, você sabe onde nos encontrar.

A Marca Negra - Theodore NottOnde histórias criam vida. Descubra agora