𝟎𝟕. tia eme e seus gnomos de jardim

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capítulo 07. 
tia eme e seus gnomos de jardim

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SER UM SEMIDEUS É MAIS FÁCIL DO QUE PARECE. 

Quer dizer, quando você está se afastando a pé de um ônibus que acaba de ser atacado por bruxas monstruosas e explodido por um relâmpago, no meio de um bosque escuro, com as roupas ensopadas por conta da chuva você sabe que pode culpar os deuses.

Não é uma matemática complicada. Nada na vida de um semideus é sorte ou falta de sorte, e sim os nossos não tão queridos pais e mães, brincando com o que eles acham ser seus peõezinhos em um jogo de xadrez. Ou seja, nós.

Então lá estávamos nós, Annabeth, Percy, Grover e eu, andando pela mata ao longo da margem do rio, em New Jersey , as luzes de Nova York tornando o céu amarelo atrás de nós e o fedor do rio Hudson entrando por nosso nariz.

Praguejei todas as maldições que podia contra o deus dos céus, sabendo que seria inútil, mas eu não conseguia evitar.

Grover tremia e balia atrás de mim, sua voz tremendo cheia de terror. — Três Benevolentes. As três de uma vez.

Annabeth nos fazia seguir em frente, dizendo: — Vamos! Quanto mais longe chegarmos, melhor.

    — Todo nosso dinheiro ficou lá atrás — Percy falou, se aproximando de mim e da menina— Nossa comida e nossas roupas. Tudo.

    — Bem, quem sabe se você não tivesse decidido entrar na briga... — murmurei irritada.

    — O que queria que eu fizesse? — ele puxou meu ombro, me obrigando a parar e olhar para ele — Deixasse você morrer?

    — Você não precisava me proteger, Percy, eu ia ficar bem.

    — Fatiada como pão de forma — interveio Grover —, mas bem.

    — Cale a boca, garoto-bode — esbravejei — Olha, Percy, eu passei anos na rua combatendo monstros, e anos treinando. Eu sabia muito bem como me defender. Você por outro lado, teve poucas semanas desleixadas de treino. Se você não estivesse tão concentrado em sem o centro das atenções...

    — Centro das atenções? Eu estava tentando ajudar vocês!

    — Já chega, vocês dois! — Annabeth interveio — Lena, você é a única que ainda está com a mochila. Não tem nada que possa nos ajudar aí? Dinheiro, talvez?

    — Ou comida — Percy falou, levando a mão ao estômago.

    — Ou latinhas...

    — Claro, deixe eu... — levei a mão para trás e toquei a mochila — Ah, não!

O desespero tomou conta de mim e eu tirei a mochila das costas, olhando o estrago. Um enorme rasgo tinha sido feio na parte de baixo, provavelmente enquanto lutávamos.

Por isso eu senti ela ficando mais leve enquanto caminhávamos... agora fazia sentido.

    — O que foi?

    — Está rasgada — abri a bolsa, conferindo o que ainda estava ali dentro. Meu desespero diminui quando percebi que o caderno e o MP3 – por algum milagre – estavam intactos.

    — Droga, tudo meu deve ter se perdido pelo caminho. Só tenho um saquinho de ambrosia.

    — Não podemos comer isso?

SUNSHINE | percy jackson¹Onde histórias criam vida. Descubra agora