Capítulo XXXVII

788 91 28
                                    

― Eu soube o que houve com o Sr. Malfoy. ― Dr. Lionheart disse. ― Como ele está?

― Melhor agora. ― Harry disse, sentando-se. ― Eu não entendo porque ele... Quem entra numa casa em chamas para salvar pessoas que nem...

― Você faria o mesmo, não? ― Dr. Lionheart perguntou. ― Sr. Malfoy me contou sobre o incêndio na Sala Precisa. Você e seus amigos salvaram ele e Goyle, não é? Mesmo que estivessem em lados opostos, vocês os carregaram em suas vassouras.

Harry suspirou. ― Mas... isso é esperado de nós, não? A Grifinória...

― Harry. ― Dr. Lionheart o chamou pelo nome pela primeira vez. ― Você sabe porque as casas de Hogwarts existem?

Harry balançou a cabeça. Havia escutado o motivo há alguns anos, mas não conseguia se lembrar.

― Hogwarts foi criada no auge da caça às bruxas. Cada um dos fundadores tinha uma ideia sobre como proteger uns aos outros por meio da educação em magia. Godric Gryffindor acreditava que os alunos deveriam ser somente os bruxos mais valentes, pois poderiam proteger os mais fracos. Rowena Ravenclaw acreditava que os alunos deveriam ser os mais inteligentes, pois eles conseguiriam trazer evolução e mudança ao mundo mágico. ― Dr. Lionheart explicou.

― E Salazar Slytherin?

― Ele acreditava que apenas os puro-sangue deveriam ser alunos, pois ele temia que meio-sangues e nascidos trouxa traíssem ao mundo mágico e entregassem outros bruxos. ― Dr. Lionheart respondeu. ― E Helga Hufflepuff acreditava que não deveria haver discriminação, e que Hogwarts deveria aceitar todos as crianças capazes de usar magia.

― ... Ela parece a mais sensata. ― Harry disse.

― As casas de Hogwarts se construíram ao redor desses ideais e da própria personalidade e valores de seus fundadores. A Grifinória é a casa dos corajosos, daqueles capazes de sacrificar e arriscar suas vidas para um bem maior, porque esse é o tipo de pessoa que Godric Gryffindor era. Ao mesmo tempo, ele não gostava de compartilhar a atenção; ele gostava da glória e da admiração dos outros.

Harry assentiu, escutando atentamente.

― Rowena Ravenclaw era uma mulher brilhante, inteligente e visionária. Ela adorava desafios mentais, mas podia ser um tanto quanto anti-social e condescendente com aqueles que acreditava serem inferiores intelectualmente. ― Dr. Lionheart continuou. ― Helga Hufflepuff era uma mulher acolhedora e acreditava no potencial e bondade das pessoas, e simplesmente queria que Hogwarts fosse uma segunda casa para todos os bruxos. Ao mesmo tempo, a bondade e boa vontade dela era facilmente explorada por aqueles com intenções ruins.

― E Salazar Slytherin? ― Harry perguntou.

― Salazar Slytherin era um bruxo brilhante, quase tanto quanto Rowena Ravenclaw. Ele, ao contrário dela e de Godric, não era tão individualista, e sua visão se aproximava à de Helga. Ainda assim, ele não confiava em todos tão facilmente, e acreditava que os bruxos deveriam apenas proteger os seus, não se preocupar com aqueles que não conhecem ou com quem não tem nada em comum.

― Mas ele ainda acreditava na supremacia dos puro-sangue, certo?

― Sim. E infelizmente, muitos dos que fazem e fizeram parte da Sonserina também acreditam. Mas o chapéu seletor não escolhia apenas puro-sangues para sua casa. Afinal, o próprio Voldemort era meio sangue, assim como Severo Snape.

Harry pressionou os lábios um contra o outro. ― Sim, eu... eu sei disso.

― A Sonserina defende que um bruxo deve ser esperto e contido. Não confiar em todos facilmente, e proteger "os seus", sejam família ou amigos. Um Sonserino é capaz de sacrificar a si mesmo por alguém que ama, e creio que você sabe bem disso.

Cicatrizes e FloresOnde histórias criam vida. Descubra agora