Capítulo 27.

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Jimin precisou escovar os dentes novamente. Quando se retirou do banheiro, saiu de cabeça baixa. Bastou ele se sentar na cama para que Jeon Jungkook se levantasse e fosse também, se trancar no banheiro. Se olhou no espelho e tambem se sentiu irreconhecivel, parecia que tanto Jimin quanto Jungkook eram outras pessoas, eram como se para Jungkook, eles tivessem virado sua mãe e seu pai, ou algo parecido. Se sentia péssimo, estavam sendo as horas mais longas de sua vida. O loiro viu as coisas separadas, devidamente organizadas para irem embora. O ômega se deitou, fechando os olhos.

Em poucos minutos sentiu o calor do corpo do alfa do seu lado, e estava prestes a se aproximar, no entanto, se manteve embrulhado nas cobertas. Raramente eles dormiam um de costas para o outro, mas bem. Era o que era. Pela manhã, despertaram ao mesmo tempo quando o alarme de Jeon tocou. Possivelmente pelo choro excessivo de ontem, o loirinho sentia dores de cabeça. Jungkook acordou sem se lembrar do pesadelo da noite passada. Ele ia se virar e beijar Jimin. Mas lembrou que não estavam em casa e o sonho ruim, era a vida deles agora. Nenhum dos dois se propôs a dar bom dia. O ômega sofreu vendo a bela praia tão cedo, onde se divertiram horas atrás, e poderiam estar aproveitando, se Jeon não estivesse fazendo questão de ir embora. Park desceu e tomou café, Jungkook não comeu absurdamente nada. Ele tinha um pingo de expectativa que o alfa estaria melhor até o final do dia, mas talvez estivesse enganado.

Jeon estava fumando na sacada quando Park voltou. Ele apagou o cigarro quando percebeu e adentrou o quarto, pegando suas malas, e as de Jimin. O loiro estava terminando de fechar seu corta-vento, pois provavelmente estaria bastante frio no jatinho, como sempre. Jungkook ontem comunicou seu colega e os demais do hotel, que problemas pessoais estavam levando-os de volta, e não a acomodação, que era impecável. O alfa não estava muito afim de conversar, então nem mesmo chamou ninguém para auxiliar com as malas ou algo semelhante. Talvez fosse mais rápido que fizesse só. Jimin tentou pegar uma bagagem pequena para não deixar tudo com ele, mas Jungkook o impediu, puxando para si com força. Park revirou os olhos com a atitude. Ele parecia uma criança birrenta.

— Você não quer falar comigo mas faz questão de carregar minha mala? Eu estou grávido, não doente.— O loiro questionou, indignado.

— Estava sendo educado, não estou fazendo nada por você. — O moreno retrucou, largando a mala de mão de Jimin. O loiro assentiu, por pouco não respondendo-o, mas percebeu que talvez brigar não fosse agregar nada a vida dos dois. Pegou a mala e abaixou a cabeça, seguindo em silêncio.

A viagem foi silenciosa. Sentaram-se distantes um do outro. Jimin dormiu o voo todo, pois estava com cansaço de basicamente, tudo. Odiava silêncio. Jungkook estava odiando tudo nesse momento. Odiando Jimin, odiando principalmente si mesmo, odiando estar vivo. Não estava conseguindo ver aquele garoto dormindo. Queria acordar Park e pedir para ele dizer que era tudo uma brincadeira de mau gosto. Queria chorar observando-o.

Depois de longas, longas horas, aterrizaram. Haviam dois carros do lado de fora. Um dos trabalhadores levava uma mala para um carro, e a outra para o outro. Ao descerem da aeronave, Park não entendeu. Mas, ali estavam dois mordomos. Um cumprimentou Jungkook. Outro cumprimentou Jimin.

— Vou acompanha-lô ao médico junto com o motorista, senhor Jimin. Gostaria de passar em algum lugar antes? — Ele perguntou educadamente. Jimin viu Jungkook começar a andar em direção ao outro carro, com aquele outro homem. Andou atrás dele, e pegou seu braço, fazendo-o parar. Com indiferença, o alfa se virou.

— Onde você vai? — O loiro perguntou, enquanto seu mordomo aguardava-o, para irem. Jungkook não deu nenhuma resposta rápida, porque na verdade, também não sabia. Para o trabalho, talvez. Onde pudesse ocupar sua cabeça.

As batidas do seu coração. - JIKOOK ABO Onde histórias criam vida. Descubra agora