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Azriel voltou à sala de jantar tentando não parecer muito agitado ou surpreso, tentando manter aquela calma fria e calculada que sempre tinha, depois dele Rhys e Feyre com Nyx no colo, mas Lucien, ele não retornou e Azriel deixou que o irmão desse a desculpa de que o macho não estava se sentindo bem e preferiu ir para o apartamento próximo ao Sidra qual possuía.

Gwyn pareceu preocupada genuinamente, será que algo dentro dela tentava avisar que Lucien era seu pai? Será que ela sentia a conexão de sangue deles e não havia percebido? Bom, ele não iria se intrometer naquilo, deixaria que o próprio pai dela dissesse, mas não ia dizer que aquilo já o estava corroendo por dentro, mentir para ela, omitir que sabia quem era seu genitor.

Ele não queria ter segredos com Gwyn.

***

O jantar acabou e continuaram reunidos em uma sala de vista para o rio, conversaram e beberam até às três da manhã, e Azriel notou que sua parceira estava um pouquinho alta, mesmo que não bebesse muito, estava acompanhando Nestha e as demais fêmeas, então quando chegou a hora de dormir, a levou para o quarto que pertencia a ele.

Ao abrir a porta e colocar Gwyn para dentro ela andou meio bamba até a cama levando as mãos à cabeça.

- Eu não devia ter bebido tanto - ela disse com a voz embargada pelo álcool e se sentou na beira da cama. Os pés no chão e as mãos segurando o colchão ao lado do corpo.

- Você nem bebeu muito - disse Azriel indo até ela e Gwyn revirou os olhos se jogando no colchão atrás dela. - Foram três taças e meia.

- Isso é muito - ela disse erguendo o dedo indicador e depois soltando a mão que caiu no colchão. A cena fez Azriel rir.

Ele retirou as botas e as meias e andou até a amante se abaixando em frente a ela e retirando as sapatilhas de seda azul claro da mesma cor que o vestido.

Gwyn sorriu olhando e o encantador de sombras se inclinou sobre ela selando seus lábios nos dela.

- Posso fazer uma pergunta? - ela disse levando as mãos aos ombros dele.

- Claro.

- Você mora onde, afinal? - Gwyn soltou um riso em meio a um soluço.

- Como assim? - a cabeça de Azriel se inclinou para o lado a analisando.

- Hmm... É que você tem quarto aqui, tem quarto na Casa... Tem um lugar só seu? - ela também inclinou a cabeça para o lado o analisando e as sobrancelhas do encantador de sombras se ergueram.

Ele não tinha uma casa só dele, às vezes ia até o solar da cidade para ficar um pouco sozinho, mas, nada além disso.

- Moro nos dois lugares - ele disse levando a mão ao rosto dela, às presilhas que prendiam a franja nas laterais da cabeça de Gwyn as retirando com cuidado para não puxar o cabelo.

- Entendi... - ela disse suspirando e pegando o rosto dele entre as mãos, os polegares afagando as bochechas de Azriel. - Você é tão bonito - deu um sorriso pequeno. - Quando te vi de novo no ringue eu só pensei "nossa é ele" e "nossa ele é lindo de morrer".

Os lábios de Azriel se entreabriam ao ver os olhos dela brilhando com dor.

- Depois daquela noite, depois de chegar na Biblioteca, eu não parava de pensar em você, mesmo no meio do meu silêncio e solidão, eu lembrava de você, do seu rosto depois de matar aqueles machos e me olhar... A forma como você me acolheu com a sua capa e esperou que Morrigan chegasse para me levar - os dedos de Gwyn traçavam as linhas do rosto de Azriel. - Se você não tivesse chego... Eu não sei se estaria aqui hoje.

Corte de Adagas e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora