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Azriel assistia de longe junto de seus irmãos as quatro fêmeas se preparando para o embate, mas os olhos dele fitavam Gwyn e as vezes iam dela ao macho que a desafiou, o que a chamou de ruivinha. Sabia que tinha alguns problemas com ciúmes, mesmo que conseguisse controlar essa parte, na hora que viu o olhar sedento do macho para Gwyn, o jeito que a tinha chamado, o tom de voz... Azriel se imaginou perfeitamente decapitando aquele macho abusado.

Observava Gwyn se arrumando, ela terminava de amarrar o longo cabelo castanho acobreado num rabo de cavalo alto que era preso por uma tira de couro, e Azriel não pode notar que era o único admirando a sacerdotisa, o macho que a desafiou a estudava bem, os olhos parando na bunda dela, olhando fixamente para ali.

Um rosnado baixo ficou na garganta de Azriel, ele andou em direção de Gwyn e parou um pouco atrás dela, olhou para o outro macho que agora o encarava.

— O que foi? — perguntou Gwyn o olhando por cima do ombro.

— Nada, apenas vim ver se precisa de ajuda com alguma coisa — ele disse e Gwyn se virou para ele.

— Pode amarrar para mim? — estendeu o braço onde uma parte da armadura de couro estava frouxa. 

Azriel fez aquele favorz e enquanto apertava mais e amarrava deu uma olhada no macho por cima do ombro, vendo que ele ainda encrava Gwyn.

— Ai! Ei, devagar! — disse Gwyn e ele a olhou, abraçou um pouco as tiras de couro e então as amarrou adequadamente.

— Desculpe — disse e a fêmea o olhou. — Tome cuidado.

— Vou tomar — disse ela e Azriel levas as mãos aos braços dela, as afagou ali e deslizou até as mãos, depois se afastou voltando para o lado de Cassian e Rhysand.

Os irmãos o olhavam, sobrancelhas erguidas, olhares muito sugestivos.

— O que foi? — perguntou Azriel irritado.

— Nada, só... Não sabia que você tinha esse nível de intimidade com a Gwyn — disse Cassian e Rhysand assentiu.

— Somos amigos, apenas fui ajudá-la — rebateu Azriel e Rhysand soltou um riso.

— Claro que sim, não é como se voce não tirasse os olhos dela e do macho — disse Rhysand e Azriel trincou os dentes com força, o maxilar ficando repuxado e marcado. — Notou que ele gostou dela, não é?

— É — respondeu Azriel. — E isso não é bom pra ela.

— Ela pareceu bem tranquila quando o desafiou — disse Cassian cruzando os braços e abrindo um largo sorriso. — Talvez ela também tenha gostado dele, sabe?

Azriel o olhou de olhos mais abertos, não chegavan a estar arregalados, depois olhou para Gwyn e ela... Ela encrava o macho que deu um sorriso maroto.

Naquele momento algo dentro do encantador de sombras rugiu, suas sombras ficam mais espessas em sua voltar, serpenteando girando, surrusando.

A luta seria em grupo, os dois já posicionados no meio do ringue de treino, em volta uma multidão fora se formando, olhos curiosos de garotas, falas e conversas muitas vezes misóginas, o que não era novidade. Azriel cruzou os braços sobre o peito, pernas afastadas, asas levemente abertas.

Engoliu em seco quando quando a luta começou, cada oponente indo para cima do outro, o povo começou a torcer, Cassian começou a gritar para encorajar as garotas, Rhysand torcia por Feyre e Azriel permaneceu em silêncio, olhava para Gwyn com admiração e encorajamento, em silêncio, a vida se movimentar com destreza no ringue, também trabalhava em equipe com as outras.

Ele suspirou ao ver a ruiva lutando contra o macho, as lâminas dele se encontraram, estavam frente e frente, forçando contra a espada do outro, risotos próximos.

As sombras de Azriel ficaram mais escuras e sussurram:

Ele disse que depois que vencesse, ela poderia monta-lo.

Azriel arregalou os olhos, uma face gélida e dura, as asas se abriram mais.

— Az? Você está bem? — perguntou Rhysand.

Cassian o olhou também, o irmão sorria enquanto torcia por Nestha, mas tudo pareceu ficar lento para Azriel, as vozes longe, tudo o que ele conseguia ver era a luta de Gwyn, o sangue que tinha nos olhos dela, a vontade de vencer.

Os punhos de Azriel se fecharam e ele decidi se afastar, deu as costas e saiu voando de perto daquele rinque antes que fizesse uma grande besteira.

***

Azriel passou horas hora, horas, quando voltou já era fim da tarde e fora direto para a casa da mãe de Rhys, assim que chegou à porta escutou os risos dos irmãos e das fêmeas ali dentro, abriu a porta e adentrou.

Estavam reunidos na sala de estar, tomando vinho e rindo.

— Aí está o sumido! — disse Cassian que estava sentado no sofá com Nestha sentada no chão a sua frente entre suas pernas. — Para onde você foi?

— Tive que resolver um assunto — disse ele olhando para Gwyn que o olhava.

Havia um corte na bochecha dela, no braço esquerdo, apenas aqueles dois arranhões foram o bastante pra fazer o sangue de Azriel ferver nas veias.

— E, já avisando, as moças venceram — disse Rhysand depois de tomar vinho. Feyre estava sentada ao lado dele, a mão resoiusada sobre a coxa de Rhys.

— Ah, é? — disse Azriel.

— Sim, demos uma surra neles! — disse Emerie animada. — E, conseguimos fazer algumas meninas se aproximarem, se interessaram no treinamento.

— E ficaram encantadas ao ver a Grã-Senhora pessoalmente — disse Rhysand fazendo Feyre corar e o dar um selinho demorado.

— Espero que isso de certo — disse Feyre. — Queria estar aqui amanhã para ver se vão aparecer no treino.

— Mas temos um bebê em casa nos esperando — disse Rhysand e ela assentiu. — Bom, o que importa é que está dando certo.

— E vai continuar dando — disse Gwyn com confiança e Azriel a olhou.

O rosto dela brilhava com entusiasmo, com alegria, e a imagem acalmou o algo dentro dele, em ver que ela estava bem e que tinha vendido, o que não duvidava que ela iria conseguir.

Corte de Adagas e SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora