Azriel estava sentado em uma cadeira à mesa do escritório de Rhysand, em frente a ele emoldurada em uma bela margem de madeira entalhada estava a pintura de Feyre que parecia olhar para ele, às vezes achava aquilo assustador.
— Ah, você chegou — disse Rhysand entrando no escritório e Azriel o olhou. — Vou precisar de você.
— Eu imaginava — respondeu o mestre-espião. — Qual é o caso?
— Apenas ir até às Terras Humanas para uma reunião com Vassa e Jurian.
— E o caolho?
— Lucien? — assentiu com a cabeça. — Ele já está lá.
Azriel deu um longo suspiro, odiava ir até às Terras Humanas e odiava ficar na presença do Vanserra mais novo.
— Certo, parto assim que possível — respondeu se levantando.
— Antes que eu me esqueça — disse Rhysand fazendo com que o olhasse.
O irmão pegou de cima da mesa robusta um envelope lacrado, a cera que o mantinha fechado era azul turqueza com detalhes em dourado e a brasão estampado eram dois cavalos marinhos ladeando um tridente. O símbolo da Corte Estival.
— Pode entregar para Gwyn? — perguntou Rhysand estendendo a carta e Azriel ergueu as sobrancelhas entregando a testa.
Ele olhou para o papel, para a bela letra cursiva que tinha escrito Para Gwyneth Berdara.
— Uma carta para Gwyn? — perguntou levando depois dedos cobertos de cicatrizes até o envelope o pegando entre eles e depois segurou o objeto com ambas as mãos. — Quem mandaria uma carta para ela?
Rhysand soltou um breve riso nasalado se sentando na exuberante cadeira atrás de si.
— Pelo visto Tarquin — disse ele e os olhos avelã de Azriel se ergueram o fitando. — Durante a festa ele me perguntou sobre ela, eu disse quem era, o que ela fazia... Onde ela vivia... E ele pareceu interessado.
Azriel engoliu em seco, era como se sua garganta estivesse fechando.
— Ele sequer a conhece.
— Mas quer conhecer — Rhys apontou com o queixo para a carta. — A prova está em suas mãos.
Os dedos de Azriel pareciam sentir uma grande necessidade de amassar aquela carta. Gwyn mal havia estado fora da Biblioteca e um macho já estava sendo incoveniente a enviando uma carta sem nem conhecê-la.
— Ok, irei entregar — disse o encantador de sombras.
Ele se retirou do escritório e caminhava pelo largo e extenso corredor quando viu Elain indo em sua direção. Seus olhos pairaram sobre a fêmea que não o olhava, mantinha o olhar para o chão e cabeça baixa e quando passou por ele sequer o cumprimentou e Azriel pensava que talvez merecesse a frieza depois de ela ver o colar no pescoço de Gwyn.
***
Pousou no ringue de treino onde as sacersoditas já se recolhiam para dentro, apenas Gwyn e Emerie estavam ali fora arrumando o local. Azriel olhou para a ruiva que sorria largo enquanto conversava com Emerie, o rosto corado e reluzindo de suor, os cabelos presos numa tranca tinham mechas soltas e algumas grudavam em sua pele suada na região do rosto e pescoço.Azriel trincou os dentes com força e olhou para a carta que segurava na mão direita. Por alguma razão, ele sentia que aquela carta poderia ser algo ruim.
— Olha quem finalmente apareceu — disse Emerie segurando uma espada e Azriel as olhou.
Gwyn o olhou sorrindo sem mostrar os dentes, os olhos azul-mar tão claros naquela claridade que pareciam até vidro.

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Corte de Adagas e Sombras
FanfictionFanfic da série de livros pertencente a Sarah. J. Maas com foco no casal Azriel e Gwyn. 🌌 Gwyn é uma sacerdotis, Valquíria da Corte Noturna e Carynthian que vive na Biblioteca abaixo da Casa do Vento em Velaris. Azriel é um encantador de sombras...