Corte de Adagas e Sombras

12

Jamais imaginou que um dia estaria arrumando a mala.para sair da Biblioteca, mas ultimamente, Gwyn estava fazendo muitas coisas que jamais havia pensado em fazer. Algumas ela poderia colocar na lista de loucuras, como por exemplo o Rito e agora recentemente a noite com Azriel.

Às vezes apenas de lembrar dele em cima dela, da sensação dele dentro dela, do calor do corpo dele, do suor quente que se misturava com o dela, o cheiro dos dois juntos e misturados, sons obscenos... Só de lembrar ela se arrepiava, os seios ficaram pesados, os mamilos duros. Não sabia e não queria entender o que a fez ir para a cama com ele, o que a fez escolher ser tocada e provada por ele, apenas aconteceu de uma forma tão natural que chegou a ser estranha.

Gwyn fechou os olhos com força e negou com a cabeça, ela tinha um foco agora e não era Azriel. Tinha que estar pronta para encarar o mundo, já sabia se defender muito bem, agora só tinha que se acostumar com as pessoas, o que poderia ser a parte mais difícil, mas assim que estivesse segura, conheceria novos lugares, não apenas Velaris, queria conhecer Prythian inteira, o continente? Talvez, quem sabe.

Ela nunca entendeu de onde tinha pego aquela parte sua que adorava explorar, conhecer novos lugares, estudar novos assuntos, era uma parte dela desconhecida, mas que iria descobrir.

Colocou a mochila sobre as costas, ela se despediu de Clotho, Merill sequer se deu o trabalho de olhar para ela quando disse que iria viajar, outras sacerdotisas a deram sorte, e então, Gwyn saiu pelas portas da Biblioteca e ficou surpresa ao ver Azriel escorado contra a parede, braços cruzados, um tornozelo em cima do outro.

Ele a olhou e deu um sorriso pequeno.

— O que está fazendo aqui? — perguntou Gwyn.

— Vim te buscar — ele disse desencostando da parede. — Rhysand já levou Emerie, Nestha e Cassian.

— Achei que iríamos todos juntos — ela disse um pouco chateada.

— Você está um pouco atrasada — disse Azriel. — Só alguns minutos.

— Eu tinha algumas coisas para resolver — respondeu Gwyn.

— Eu sei.

— Claro que sabe — rebateu ela ajeitando a mochila nas costas.

— Quer eu leve para você? — ele perguntou com um sorriso zombeteiro.

Aquilo de certa forma ferveu o sangue de Gwyn.

— Não está pesada, agora, podemos ir? — ela estendeu a mão e Azriel a pegou, os dedos se fechando em volta do pulso dela.

Gwyn já estava esperando para as sombras os rodarem e serem atravessados para o Refúgio do Vento, mas então Azriel a puxou para si fazendo com que seus corpos colassem e ela olhou para o rosto dele.

— É melhor ficar mais perto — ele disse olhando nos olhos dela.

A fêmea engoliu em seco, ter o rosto dele tão perto do seu a fazia sentir a boca formigando, o coração batendo forte e o jeito que Azriel a olhava fazia com que os joelhos dela fraquejassem.

— Está bem — ela disse passando os braços pela cintura dele e Azriel sorriu pequeno.

As sombras então os envolveram e em segundos eles estavam em frente a uma casa de dois andares, feita com pedras e a paisagem em volta era montanhosa e nevada, também era muito frio.

Gwyn o soltou e olhou em volta vendo demaisnoutes casas menores, vários illyranos voando pelo céu, quase não via fêmeas lá em cima, apenas mais machos. As fêmeas estavam mais no chão, aparentemente cuidando das crianças e das casas.