Capítulo 62 - Pulseira

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Você deve se sentir livre para dizer o que quiser e quando quiser.

- Anônimo

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Dia seguinte / 05:30 a.m

Narração de Fernanda

Acordei para ir à escola, e ao me olhar no espelho, só sinto vontade de chorar, além de estar toda ferrada, minha mão foi machucada também, os outros hematomas eu consigo esconder, mas o da mão não. Na minha cabeça existem inúmeros questionamentos:

Por que eu?

Eu provoquei?

Minha roupa estava curta ou provocante demais?

Eu mereço isso?

Enquanto estou perdida em meus pensamentos, escuto minha mãe entrar no meu quarto, eu ainda tô no banheiro, e não saio para falar com ela, conversamos assim. Eu estava trancada no banheiro e ela em meu quarto.

Amélia: filha? Tá tudo bem? Sua irmã ligou ontem perguntando como você estava.

Eu respiro fundo para tentar responder normalmente, sem transparecer meu desespero interno.

Fernanda: tô... Tô bem! Eu tô me arrumando pra ir à escola.

Amélia: tá! De tarde podemos ir a um passeio, você, eu e o George.

Ao ouvir o nome dele me dá uma dor no estômago. E as lágrimas acabam surgindo.

Amélia: filha tá bem mesmo?

Fernanda: tô mãe, tenho que me arrumar agora...

Amélia: tá bom...

Escuto ela saindo do quarto e aí sim me ponho a chorar descontroladamente, mas eu tento abafar meu choro.

 Escuto ela saindo do quarto e aí sim me ponho a chorar descontroladamente, mas eu tento abafar meu choro

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Demoro para me recompor, mas visto o uniforme, antes de descer todo remédio para as dores no corpo. Ao descer e ver George sentado na mesa, eu começo a suar frio.

Amélia: vem tomar café, filha!

Fernanda: eu tomo na escola, tchau!

Amélia: ei ei! O que foi na sua mão!

Olho para George, e ele me encara.

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