Capítulo 1

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A noite estava tranquila, banhada pelo brilho prateado da lua que se derramava no quarto de Penélope.  Colin, com a graça de um jovem amante, escalou habilmente a árvore do lado de fora da janela e entrou.  Ao se endireitar, encontrou Penelope observando-o.

– Você se machucou? – ela perguntou com preocupação genuína.

 Colin balançou a cabeça e retribuiu o sorriso.  

– Não, estou me tornando bastante hábil na arte da escalada. 

 Penelope soltou uma risada suave e divertida e apontou para uma pequena mesa no quarto. 

— Peguei um bolo e suco para o seu lanche. Vamos nos deliciar enquanto conversamos.

 Colin expressou sua gratidão pelo gesto atencioso e juntou-se a ela na cama.  Isto se tornou um ritual noturno, parte da missão de Colin de ajudar Penelope a atrair pretendentes durante a temporada.  

O abismo emocional que os separava desde os comentários ofensivos da temporada anterior tinha sido angustiante para Colin, e ele estava decidido em seus esforços para fazer as pazes e apoiá-la.

 Desde que Penelope aceitou relutantemente sua ajuda, ela gradualmente permitiu que Colin transmitisse sua sabedoria sobre como capturar a atenção de cavalheiros elegíveis.  

Colin não conseguia compreender por que outros homens não conseguiam ver em Penelope o que ele via.  Ela era uma mulher extraordinária, inteligente e charmosa, capaz de conversas cativantes, e seus olhos eram uma das feições mais encantadoras que ele já havia visto.

 – Tenho notícias emocionantes. Lord Dankworth me enviou flores! – Penelope exclamou com entusiasmo, ansiosa para compartilhar a notícia com Colin.

— Isso é maravilhoso! —exclamou Colin, uma empolgação genuína iluminando seus olhos enquanto a parabenizava. No entanto, sob a superfície, um sentimento inquietante se instalou dentro dele. Ele havia esperado fervorosamente que suas 'lições' bem-intencionadas trouxessem resultados positivos para Penelope. No entanto, uma sensação desconhecida e incomum se manifestava em seu estômago.

Tentando ignorar a sensação persistente, ele a atribuiu à fome e decidiu dar uma mordida em um pedaço de bolo. 

— Sim! Ele enviou margaridas, e pela nota, pude dizer que eram de um dos melhores floristas da cidade. Isso é um bom sinal, não é? Enviar flores geralmente significa um interesse genuíno do cavalheiro, não é mesmo?

—Certamente, — concordou Colin, vendo os olhos dela refletindo felicidade genuína, — enviar flores é um gesto forte e positivo. Isso sugere que as coisas estão progredindo bem.

— Elas realmente estão. Tivemos uma conversa encantadora no baile ontem à noite. Abordamos filosofia, e ele ficou genuinamente impressionado com meu conhecimento. — Penelope, transbordando entusiasmo, segurou a mão de Colin, expressando sua calorosa gratidão. — E, Colin, devo agradecer por me ajudar a me tornar mais extrovertida. Talvez sua orientação me conduza ao casamento na próxima temporada.

— Fico feliz por poder ajudar, Pen. — Apesar da felicidade brilhando no rosto de Penelope, a emoção desconhecida ainda o corroía.

— Bom, se tudo continuar indo bem assim, talvez você não precise mais escalar minha janela tarde da noite. Você não terá que sacrificar seu sono por mim.

— Nunca foi um sacrifício, Pen. Eu fiz isso de bom grado e apreciei cada momento. — Era a verdade. Cada noite passada com Penelope em seu quarto tinha sido uma alegria para Colin. Os momentos compartilhados, o riso e a troca de sonhos e histórias estavam gravados em sua memória. Às vezes, ele ansiava pela chegada da noite para estar com ela. No entanto, um crescente sentimento de melancolia havia se instalado nele. Se o interesse de Dankworth fosse sincero, Penelope poderia muito bem se tornar Lady Dankworth, e a perspectiva pesava no coração de Colin.

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora