Capítulo 21

682 46 11
                                    

Um homem de aparência desgrenhada emergiu das sombras, seus olhos escuros focados em Penélope enquanto se aproximava dela e repetia a pergunta:

— Perdida, senhora?

— Não, senhor. Apenas dando um passeio. Estou indo para casa agora. — Penelope tentou contorná-lo, mas ele bloqueou seu caminho.

— Por que a pressa? — ele sorriu, seu hálito cheirando a álcool e tabaco. — Uma mulher tão linda e bem vestida, vagando sozinha. É perigoso, sabia?

— Meu marido está me esperando na esquina. Deixe-me passar, por favor. — A ansiedade surgiu dentro dela; o amargo arrependimento por ter saído de casa a consumiu. Colin permanecia alheio ao paradeiro dela; ele provavelmente só descobriria a ausência dela no final do jantar. A casa estava lotada de convidados naquela noite e Penélope percebeu que sua ausência poderia passar despercebida, intensificando seu medo.

— Não há ninguém lá, senhora. Somos só nós aqui. — Ele murmurou, tocando uma mecha de cabelo dela, causando náusea. Instintivamente, ela o empurrou. 

— Não me toque!

— Eu não posso permitir que você ande por aí com jóias tão valiosas; não é seguro, você sabe. Deixe-me cuidar disso para você. — O homem puxou abruptamente o colar de Penélope, fazendo com que pequenas pedras preciosas caíssem em cascata no chão. Um grito aterrorizado escapou de seus lábios quando ela recuou, tentando se libertar, mas o aperto do homem em seu braço se intensificou. — Os brincos.

Tremendo, Penelope desabotoou os brincos e os entregou com relutância.

— O anel também. — Ele apontou insistentemente para a aliança de casamento dela.

— Não! — Penelope protestou, protegendo o anel com a outra mão. — Por favor, não aceite isso! As joias que você já tem lhe renderão uma boa quantia!

— Me entregue agora! 

— Não! Socorro! Socorro! — Ela gritou, lutando desesperadamente para se libertar de seu aperto implacável.

— Entregue já! — Ele intensificou a pressão em seu braço, fazendo Penélope reagir dando um chute rápido em suas canelas. O homem praguejou, sentindo o impacto. Aproveitando a oportunidade, Penélope tentou fugir, mas seu vestido a traiu, fazendo-a tropeçar e cair no chão, com as mãos recebendo todo o impacto.

De repente, uma voz ressonante cortou a noite. 

— Deixe-a em paz!

O homem virou-se e deu de cara com um cavalheiro a cavalo que vinha em galopes rápidos na direção deles. Percebendo que insistir no anel era inútil, ele fugiu na direção oposta.

Penélope permaneceu sentada na calçada fria, o corpo tremendo por causa da recente provação. O cavalheiro desconhecido desceu do cavalo e se agachou ao lado dela. 

— Você está bem? — ele perguntou.

Ela levou um momento para se recompor, as consequências do terrível encontro ainda correndo em suas veias. As lágrimas brotaram, uma mistura de choque e alívio. 

— Está tudo bem agora, — o estranho a confortou, oferecendo um lenço. — Ele não vai tocar em você novamente.

À medida que apagava os vestígios de sua provação, Penelope gradualmente recuperou a compostura. Levantando-se, ela notou que suas mãos estavam arranhadas e avermelhadas pela queda.

— Eu preciso ter certeza de que você está bem. Você está ferida, Sra. Bridgerton?

— Só alguns arranhões, mas estou bem agora — ela finalmente falou, seu olhar encontrando o do cavalheiro. O reconhecimento ocorreu a ela, percebendo que ele não era um estranho, mas alguém que ela conhecia. — Sr. Stirling? 

Toda rosa tem espinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora