Sentado no meio da opulência familiar da casa de seu irmão, Colin segurava a xícara de chá de porcelana em suas mãos, seu peso refletindo o fardo em sua mente. A saída abrupta de sua própria residência permanecia em seus pensamentos, uma retirada calculada do que prometia ser um café da manhã contencioso com Penelope. Ele não tinha desejo algum de permitir que um momento destinado a eles fosse manchado pela tensão persistente de sua discussão não resolvida.
No entanto, enquanto ele sorvia o chá matinal, ele lutava com a incerteza se sua saída rápida e sem palavras tinha sido uma decisão precipitada. Penelope, enigmática e imprevisível, despertava emoções conflitantes dentro dele. Enquanto uma parte dele buscava fervorosamente apresentar sua perspectiva e se envolver em um debate acalorado, um desejo igualmente convincente o instigava a entrelaçar sua língua com a dela, explorando a maciez de seus lábios.
Se ele tivesse ficado em casa, a inevitabilidade de seu conflito teria se desenrolado durante o café da manhã, levando-os por um caminho familiar até a cama conjugal. Colin não duvidava que a conexão que compartilhavam nesses momentos íntimos superava qualquer experiência que ele já tivera. No entanto, uma pergunta persistente o assombrava - por que essa conexão profunda não se manifestava em outros aspectos de seu casamento? Por que a unidade que encontravam nos arroubos da paixão parecia dissipar-se, deixando um abismo palpável entre eles no dia seguinte?
Enquanto ele contemplava a evolução da situação, Colin lutava com a autenticidade da natureza de Penelope. Sua escolha de escapar, considerando apenas a si mesma e negligenciando as possíveis repercussões sobre ele, o deixou perplexo. Ele não podia ignorar o aspecto indomado de seu caráter, o brilho ardente em seus olhos quando contraditada, a afiada de suas respostas e suas convicções firmes.
No fundo, ele encontrava uma certa admiração por essa faceta de sua personalidade, uma resiliência que ele havia negligenciado. No entanto, ele admitia para si mesmo que não estava lidando bem com isso. Parecia que ele não entendia verdadeiramente a pessoa com quem se casara. Ao longo do tempo em que a conhecera, ele nunca imaginara que sua intimidade revelaria esse lado complexo e enérgico dela. A pergunta persistia - poderia ele preencher a lacuna entre sua conexão apaixonada e os desafios que manchavam suas horas diurnas?
Querido, você não deveria estar em casa com Penelope para seu primeiro café da manhã como casal? — Violet perguntou, seu tom carregando uma pitada de preocupação maternal.
Colin, tendo chegado à casa dos Bridgerton na hora do café da manhã, optou por se instalar na sala de estar do segundo andar para evitar perguntas incessantes, solicitando alimento da cozinha em vez disso. Momentos depois, sua mãe apareceu, naturalmente curiosa com a chegada antecipada de seu filho.
Colin hesitou, uma expressão fugaz de desconforto passando por seu rosto.
— Bem, você vê, Penelope teve um compromisso cedo hoje, e eu não queria perturbar sua rotina matinal. Pensei em dar-lhe um pouco de espaço.
— Um compromisso cedo em sua primeira manhã como marido e mulher? Isso é incomum. — Violet arqueou uma sobrancelha.
Colin conseguiu um meio sorriso, desviando habilmente as perguntas sobre Penelope.
— Sim, bem, Penelope é bastante organizada. Tem toda a sua agenda planejada.
Violet o observou com um olhar materno que deixava claro que ela não estava totalmente convencida.
— Você estará em casa para o jantar, não é, Colin?
— Claro que sim, mãe, — ele a assegurou, as palavras escapando mais como um reflexo do que um compromisso genuíno. Ele não queria sobrecarregar sua mãe com os detalhes da discussão com Penelope.
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Toda rosa tem espinho
RomanceDepois de agir de forma tola e magoar Penelope com suas palavras ofensivas, Colin tenta se redimir oferecendo-lhe 'lições' que a ajudarão a conseguir um marido para a temporada. Porém, após uma reviravolta do destino, ele acaba sendo o marido escol...